Monóxido de carbono. Família não foi a única a ser vitimada este ano

No mesmo dia, o monóxido de carbono, fez cinco mortos e três feridos. E não foram os únicos casos

A família de cinco pessoas – pai, mãe, tio e duas filhas, com nove e 14 anos – de Sabrosa que, no domingo, perdeu a vida devido uma intoxicação por monóxido de carbono, não foi um caso isolado. No mesmo dia, em Mesão Frio, três mulheres sofreram também uma intoxicação devido à mesma substância, tendo contudo ficado conscientes após receberem tratamento hospitalar. 

Os dois casos são isolados e não se relacionam, mas apontam para a perigosidade deste gás que, em 2017, esteve na base de 38 pedidos de ajuda, segundo dados do Centro de Informação Antivenenos avançados ao semanário “Sol” no início deste ano. Mas já em 2018, o monóxido de carbono fez outras vítimas.

Logo no arranque do ano, na madrugada da passagem de ano, a jovem surfista Tânia Oliveira, considerada uma promessa do surf nacional, morreu depois de ter inalado a substância, em Ponta Delgada, nos Açores.

Ainda em janeiro, poucos dias depois, uma família de Novais, em Famalicão, apercebeu-se da elevada concentração de monóxido de carbono depois de um dos filhos ter desmaiado. Foi nessa altura, então, que pediram socorro.

Dois meses depois, em Borba, no Alentejo, uma mulher de 44 anos foi encontrada morta em sua casa por inalação de monóxido de carbono. As duas filhas, de 14 e oito anos, foram encontradas inconscientes e levadas para o hospital.

Um assassino silencioso 

O monóxido de carbono é um gás tóxico que não tem cheiro nem cor, o que pode ajudar a justificar o número de pessoas que vitima, mas estar atento aos sintomas – e abandonar o local, arejando-o – pode ajudar a evitar o pior. Dores de cabeça, náuseas, dificuldade a respirar, tonturas, colapso e, em última caso, perda de consciência, são os principais sinais de que os níveis de monóxido de carbono estão mais elevados do que deveriam, como alertou a PSP este domingo numa publicação feita no Facebook.

Um dos maiores aliados às intoxicações pela substância, que se verificam mais durante o inverno, são os aparelhos de aquecimento. Por isso, a PSP aconselha à não colocação de roupa nos aparelhos, alertando também para manter os dispositivos de aquecimento longe materiais inflamáveis, como móveis, cortinas ou carpetes. 

Contudo, os especialistas alertam que passar muito tempo junto a uma lareira, braseira ou aparelho de aquecimento sem qualquer fonte de ar fresco na divisão pode potenciar a concentração do gás.