As análises mais recentes revelam que gases responsáveis pelo efeito de estufa, como o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso atingiram os seus níveis máximos em 2017. De acordo com a agência da ONU, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), em 2017 manteve-se o aumento das concentrações de CO2, que agora são 46% superiores aos níveis da atmosfera antes da revolução industrial.
O aumento deste gás entre 2016 e 2017 foi menor do que de 2015 para 2016, mantendo-se, todavia, próximo da taxa média de crescimento observada na última década. Esta diminuição é explicada pelo fenómeno climático El Niño, que teve início em maio de 2015 e estendeu-se até ao ano seguinte. Isto provocou secas em algumas partes do mundo, reduzindo a capacidade das florestas e da vegetação nessas áreas de absorver CO2, permanecendo mais na atmosfera.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, fez notar que “a ciência é clara. Sem cortes rápidos no CO2 e outros gases do efeito de estufa, as mudanças climáticas terão impactos cada vez mais destrutivos e irreversíveis para a vida na Terra. A janela de oportunidade para agir está quase fechada”. O responsável explica também que “a última vez que a Terra teve uma concentração comparável de CO2 foi há 3 ou 5 milhões de anos, quando a temperatura era mais quente 2 a 3ºC e o nível do mar era 10 a 20 metros mais alto do que agora”.