Empréstimo obrigacionista. Sporting conseguiu 26,1 milhões de euros

Cube leonino ficou longe dos 30 milhões que queria angariar, mas superou o montante mínimo previsto que era de 15 milhões.

A SAD do Sporting colocou à venda obrigações no valor de 30 milhões de euros, mas só conseguiu obter um empréstimo de 26,16 milhões. 

"Foram recolhidas intenções de subscrição consubstanciadas em 4.112 ordens, que correspondem a um montante total de  26.162.035 euros. Os resultados finais da Oferta serão apurados e divulgados amanhã, dia 23 de Novembro, em Sessão Especial da Euronext Lisbon", revelou o clube em comunicado à CMVM.

A SAD do Sporting colocou à venda obrigações no valor de 30 milhões de euros, mas só conseguiu obter um empréstimo de 26,16 milhões de euros. Ainda assim, acabou por superar os objetivos mínimos que pretendia para esta oferta. Como condição mínima de sucesso, este empréstimo obrigacionista deveria permitir um financiamento de, pelo menos, 15 milhões de euros, uma vez que, o clube leonino tem fundos próprios no valor de 15 milhões de euros. Aliás, essa garantia estava prevista no prospeto que referiu ainda que “em caso de subscrição incompleta da oferta, a Sporting SAD diligenciará junto das suas fontes habituais de financiamento com vista a obter os recursos necessários para cumprimento dos seus objetivos, designadamente mediante financiamento bancário”. 

Este regresso ao mercado por parte do clube leonino surge depois da Sporting SAD ter suspendido o reembolso das obrigações em 2015. E para atrair investidores acenou com juros de 5,25% ao ano. O encaixe desta emissão vai servir para fazer o reembolso de uma outra emissão que vence no dia 26 de novembro. Recorde-se que a SAD aprovou, em assembleia geral de obrigacionistas, o adiamento do reembolso de uma emissão de obrigações no valor de 30 milhões de euros que vencia em maio, afetando mais de quatro mil credores.

Esta foi a fórmula encontrada pelo clube leonino de se financiar sem recorrer aos tradicionais empréstimos bancários, numa altura em que a banca fechou a torneira ao Sporting. Quase na reta final, o clube viu-se obrigado a chamar reforços para apelar ao investimento. Frederico Varandas foi um dos exemplos que procurou aproximar-se dos sócios, através de chamadas telefónicas, para os persuadir a investirem em obrigações. Antes disso, porém, um grupo de 13 sócios, entre os quais alguns ex-dirigentes do clube de Alvalade – como José Roquette e Filipe Soares Franco –, deram “uma palavra de conforto” e de apoio à direção liderada por Frederico Varandas, no sentido de apelarem aos sócios e simpatizantes para “aderirem em massa” à subscrição do empréstimo obrigacionista lançado pela SAD. Depois recorreu a reforços de peso para fazerem campanha junto dos adeptos leoninos, para apoiarem a operação. E os jogadores e ex-jogadores do clube responderam ao desafio.

Foi o caso de Nani, Wendel, Carlos Mané, Luís Maximiano, Ristovski, Raphinha e Jefferson, assim como Cédric Soares, Rui Patrício e William Carvalho. 

Estes apelos surgiram numa altura em que se multiplicam críticas à banca. O administrador da SAD do Sporting, Francisco Salgado Zenha, já veio garantir que o clube está a ser obrigado a reforçar a comunicação da operação. “O Sporting não está a ter o apoio a nível de comunicação nem de comercialização dos bancos colocadores, nomeadamente dos três maiores bancos, que, tipicamente, comunicam e participam a operação, e desta vez estão completamente passivos”, revelou à Lusa.

E o responsável foi mais longe nas críticas: “Não sei qual o motivo. Sei que, objetivamente, vejo outros empréstimos obrigacionistas que estão a decorrer ao mesmo tempo e que estão a ser publicitados, e as pessoas não têm conhecimento deste. Todos os esforços de comunicação estão a ser praticamente desenvolvidos pelo Sporting, o que limita a operação”, salientou.