"Há professores que batem, puxam os cabelos, dizem palavrões, dão murros nas mesas. Insultam, humilham, agridem verbalmente. Tudo é ignorado", afirmou, ao Jornal de Notícias, o pai de uma aluna que denunciou a situação.
Denúncia essa que gerou a publicação de uma nota de repúdio contra a aluna de 14 anos. O conteúdo e a divulgação do documento foram aprovados pelo Conselho Geral. A nota foi afixada no corredor do Conservatório e publicada no site da escola.
"Ninguém da turma da Rafaela fala com ela porque denunciou certas coisas", contou o pai da adolescente que frequenta o 9.º ano do conservatório.
Os comentários de Rafaela nas redes sociais e a denúncia num vídeo com os pais deram origem a um processo-crime, que, segundo o Jornal de Notícias, já foi arquivado, e ainda a um processo disciplinar contra a aluna.
"O ambiente é mau. Em relação a esta situação concreta foi pedido, no conselho de turma, que os professores dessem uma posição de solidariedade para que o processo-crime avançasse", sublinhou uma professora de piano que trabalha no conservatório há 28 anos. "Fui a única que se opôs. A decisão é tudo menos pedagógica", acrescentou.
Mas as queixas destes pais não são as únicas, uma outra mãe disse que todos os dias pensava em tirar de lá o filho que frequenta o terceiro ciclo. "Aquela escola faz-me sofrer todos os dias, pela forma como tratam os alunos e como sou tratada", afirmou.
"No ano passado, uma professora empurrava e sacudia os alunos. Dizia que era para corrigir a postura", relatou ao mesmo jornal uma outra mãe, que ameaçou processar a escola. "A partir daí, os problemas com o meu filho acabaram", acrescentou, falando ainda num “clima de guerrilha”.
Na sua opinião, “em termos de relacionamento com os pais, é o pior sítio onde já estive. A escola não está preparada para a diferença, nem para lidar com os maus alunos".
Outra mãe que, no entanto, já tirou o filho do conservatório contou que a pedopsiquiatra, que consultou devido à dislexia do filho, disse que a criança “estava à beira de uma depressão e que não podia lá voltar. Estava a ser uma experiência traumática".