EUA. Candidata ao Senado pelo Mississípi acusada de racismo

Cindy Hyde-SMith tem sido acusada de perpetuar estereótipos. Ainda assim, as sondagens dão-lhe a vitória

O Mississípi elege esta terça-feira o senador que vai substituir Thad Cochran que se demitiu em abril, numa campanha que tem sido marcada por atitudes e declarações polémicas e racistas da candidata do partido Republicano Cindy Hyde-Smith que enfrenta o afro-americano Mike Espy, do partido Democrata.

Entre as várias declarações da senadora, uma firme apoiante de Trump que ontem tinha agendado participar num comício de apoio à candidata, está um comentário considerado parcialmente racista no Twitter: “Se ele me convidasse para um enforcamento público, eu ia para a primeira fila”. Cindy Hyde-Smith explicou mais tarde que se referia a um convite que lhe foi feito para discursar. “Ao fazer referência àquele que me convidou, usei uma expressão exagerada de apreço e qualquer tentativa de dar a essa alegação uma conotação negativa é ridículo”, acrescentou a senadora.

O seu opositor não tardou a condenar a frase, referindo que esta é “dolorosa para milhões de cidadãos do Mississípi”, acrescentando que as palavras  “são nocivas porque tendem a reforçar os estereótipos que há tempo mantêm atrasado o nosso estado.”

As controvérsias, contudo, continuam. A mais recente envolve uma fotografia de 2014, publicada no Facebook de Hyde-Smith onde a senadora surge com objetos históricos pertencentes ao tempo da Confederação. Na legenda pode ler-se “artefactos relacionados com o quotidiano dos soldados confederados, incluindo armas. A história do Mississípi no seu melhor!“.

O comentário mereceu mais uma vez a crítica da oposição por causa da defesa da escravatura dos estados da Confederação, da qual o Mississípi fez parte, que levou à Guerra Civil Americana (1861-1865). Apesar das críticas, a senadora continua favorita num estado que tem votado exclusivamente no Partido Republicano desde 1976.