Assalto a Tancos e encenação do aparecimento das armas juntos no mesmo processo

Processos eram autónomos devido à “gravidade dos factos e à complexidade da investigação”

Os processos-crime sobre o roubo dos paióis de Tancos e sobre o aparecimento das armas militares, inicialmente separados em dois inquéritos autónomos, foram juntos num só processo, por decisão do Ministério Público.

“Confirma-se que os dois processos foram apensados (juntos)”, confirmou ao SOL fonte do Ministério Público, sublinhando que as “investigações encontram-se em segredo de justiça”.

De recordar que tinham sido abertos dois inquéritos, um para investigar o roubo do armamento militar, conhecido a 29 de junho de 2017, e mais tarde foi instaurado um novo inquérito sobre a alegada encenação do aparecimento das armas num terreno na Chamusca, a 18 de outubro, três meses e meio depois.

No âmbito deste segundo inquérito foram detidos oito militares e um civil, sendo que este era o principal suspeito do assalto aos paióis de Tancos.

A decisão de manter os processos separados foi tomada por decisão da então procuradora-geral da república Joana Marques Vidal, entretanto substituída por Lucília Gago, que justificou a autonomia de cada investigação com a “gravidade dos factos e à complexidade da investigação".

Sublinhe-se que o chamado caso Tancos, que engloba o roubo mas também o aparecimento, já levou à saída do então ministro da Defesa Azeredo Lopes, entretanto sucedido por João Gomes Cravinho, e do chefe do Estado-Maior do Exército Rovisco Duarte, já substituído por Nunes da Fonseca.