Expansão do metro de Lisboa pode colocar em risco monumentos nacionais

Plano pretende ligar Rato ao Cais do Sodre, transformando linha verde numa linha circular

A expansão do metro – que pretende ligar o Rato ao Cais do Sodré – poderá colocar em risco alguns monumentos nacionais.

Segundo a Declaração de Impacto Ambiental (DIA), a que a Lusa teve acesso, “devido às vibrações inerentes à escavação” o projeto é “suscetível de provocar impactes” numa parte do Aqueduto das Águas Livres e no Chafariz da Esperança.

A DIA diz ainda que o Jardim da Estrela também poderá estar em risco, por ser considerada uma zona “sensível e frágil”. Por esse razão, deve ser evitada “qualquer intervenção de construção no jardim por forma a manter as condições biofísicas atuais".

A declaração diz ainda que para que o metro seja expandido vai ser preciso “remover grande parte da superfície da Avenida 24 de Julho” – que sofreu recentemente uma intervenção – levando a que a avenida volte a ser reposta.

“As intervenções com maiores consequências a nível do património consistem naquelas que implicam trabalhos e escavações à superfície, nomeadamente os poços de ventilação e as estações e o troço do túnel, entre a estação Santos e Cais do Sodré, executado em vala a céu aberto, que corresponde ao trecho final do traçado, com impacte sobre o potencial arqueológico da zona ribeirinha”, adianta o documento.

Além disso, a declaração diz ainda que têm de ser “desenvolvidos e apresentados planos de monitorização” para os agentes como os “solos, qualidade do ar, ruído, vibrações, recursos hídricos, património e paisagem”.

Na terça-feira, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu uma DIA favorável, mas condicionada, ao projeto de expansão do metro.

O projeto está condicionado, segundo a DIA, porque tem de cumprir quatro pontos, entre os quais a "não afetação direta de bens imóveis classificados ou em vias de classificação".