Vítimas dos incêndios de outubro à espera de apoios

Associação diz que existem mais de 400 famílias ainda estão sem casa

Um ano depois dos incêndios de outubro 2017, os lesados ainda estão à espera dos apoios aprovados em Assembleia da República. A denuncia foi feita pelo Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (maavim). 

Em comunicado, o movimento diz que a situação é urgente. O documento revela que das mais de duas mil casas de primeira habitação destruídas pelas chamas “existem mais de 400 famílias” ainda sem habitação. O maavim afirma ainda que, perante este panorama, o prazo de conclusão das habitações – estipulado até ao final deste ano – não será cumprido. “Existem já relatos de habitações a serem construídas como primeira habitação e que não o eram e os verdadeiros lesados sem habitação continuam à espera”, completa.

Quanto aos mais de cinco mil imóveis de segunda habitação que arderam, no último mês saíram “algumas medidas que, em alguns concelhos não passaram de cinco dias úteis” para se poderem candidatar. Além disso, “muitos concelhos ainda não lançaram os apoios com o devido tempo e enquadramento de apoio às populações”, continua o documento.

Já as infraestruturas e património afetados pelas chamas, de acordo com o movimento, ainda não foram “alvo de preocupação (…), existindo muitas estradas e edifícios prestes a caírem”. Também a indústria que foi afetada pelos incêndios está a ser negligenciada, dizem: “Das mais de 50 mil pessoas afetadas com perdas na agricultura, mais de três mil ficaram fora do seu apoio, por variados motivos”.

O maavim conclui com um apelo a todos os afetados pelos incêndios de outubro: “Pedimos a todos os lesados que preencham o pedido de requerimento de pedido de indemnização e juntamente com a listagem das perdas, o registem no município da área e solicitem à entidade competente a “condição de vítima”, para submeter até dia 2 de janeiro de 2019” na Comissão para Avaliação dos Pedidos de Indemnização (CPAPI).