Ex-advogado de Trump admite ter mentido sobre negócio na Rússia

Michael Cohen foi a um tribunal de Manhattan dizer que mentiu para proteger a mensagem do agora presidente dos EUA

O antigo advogado pessoal do presidente Donald Trump declarou-se ontem culpado de ter mentido ao Congresso sobre Trump e os contactos que manteve com o Kremlin para assegurar a construção de uma Trump Tower em Moscovo, na altura da campanha eleitoral de 2016 nos Estados Unidos.
De acordo com a CNN que teve acesso aos documentos judiciais, Michael Cohen admitiu agora num tribunal de Manhattan que as negociações para a construção da Trump Tower prosseguiram até junho de 2016, o plano foi discutido pelo menos três vezes com Trump e chegou a preparar uma possível visita do agora presidente à Rússia naquele ano. Cohen diz que informou todos os membros da família Trump envolvidos no processo   sobre todos os seus contactos e os passos que estava a dar para concretizar o negócio.
À saída do tribunal federal de Manhattan, o advogado de Cohen afirmou que o seu cliente “cooperou” com a justiça “continuará a cooperar”. O ex-advogado de Trump disse em tribunal que mentiu para que as suas afirmações fosse, consistentes com a mensagem política de Trump, identificado no processo como Individual-1. “Prestei estas declarações para ser consistente com a mensagem política de Individual-1”, disse.
O “Washington Post” já tinha escrito em agosto do ano passado que Michael Cohen tinha enviado um email ao porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, a pedir ajuda para desbloquear o projeto de construção de uma Trump Tower em Moscovo. Cohen explicava que os contactos com a empresa russa tinham ficado bloqueados e, “como o projeto é demasiado importante”, o advogado pedia-lhe ajuda.
Numa altura em que também Paul Manafort, antigo diretor de campanha de Trump, é acusado pela equipa do procurador especial Robert Mueller de ter mentido na investigação à interferência russa nas eleições de 2016, o cerco em torno do presidente aperta-se ainda mais.
Também em termos políticos, a situação para o líder da Casa Branca não é a melhor, depois de muitos senadores republicanos terem votado favoravelmente uma resolução para acabar com o apoio dos EUA à coligação liderada pela Arábia Saudita na guerra do Iémen. O governo já disse que vetará a medida se esta passar na Câmara dos Representantes.