Aumento da esperança média de vida prejudica reformas antecipadas

Já a idade legal da reforma deverá manter-se em 2020 pela primeira vez nos últimos anos

Aos 65 anos a esperança de vida é de 19,49 anos, segundo os cálculos feitos a partir de dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o que representa um ligeiro aumento face aos 19,45 anos registado em 2017. Estes cálculos são ainda provisórios mas já permitem perceber que a idade legal da reforma deverá manter-se em 2020 e que os cortes nas pensões das reformas antecipadas vão aumentar já em 2019.

O chamado fator de sustentabilidade – criado pelo governo de Sócrates para compensar o elevado aumento da esperança média de vida aos 65 anos – que é aplicado às pensões antecipadas, passa, no próximo ano, a ser de 14,7%, o que representa um aumento face aos 14,5% aplicados atualmente.

Já a idade legal da reforma deverá manter-se em 2020, depois de em 2019 ter aumentado para os 66 anos e cinco meses, mais um mês do que em 2018. "Os dados do INE indicam uma maior mortalidade em idades mais avançadas, o que significa uma desaceleração do aumento da esperança de vida aos 65 anos”, explica Jorge Bravo, professor de Economia e Finanças da Universidade Nova de Lisboa, citado pelo Expresso.

Em 2014 a idade legal da reforma aumentou dos 65 anos para os 66, tendo voltado a subir em 2016 para os 66 anos e dois meses. Desde então o limite a partir do qual se pode pedir a reforma por inteiro tem vindo a aumentar um mês todos os anos, tendo em 2018 chegado aos 66 anos e quatro meses. Para 2019 está já previsto passar para os 66 anos e cinco meses.