Europeias. Santana escolheu assessor de Marcelo por uma “nova atitude”

Fundador da Aliança já escolheu o cabeça de lista às Europeias. Paulo Sande fala de eleições “em tempos dificeis”

A Aliança apresentou este domingo o cabeça de lista às Europeias, Paulo Sande, um dos conselheiros do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para os Assuntos Europeus e para a área parlamentar, num hotel em Lisboa, um nome que está a agitar as hostes do PSD pela sua proximidade a Belém.

 Santana Lopes, o fundador e principal rosto do novo partido, juntou cerca de 250 apoiantes e defendeu que é preciso “uma nova atitude em Bruxelas”, atacando o “esquecimento do princípio da coesão económica e social”. 

“Assim, não se pode continuar”, atirou Santana Lopes.

O candidato, apresentado como conhecedor profundo do sistema europeu, considerou que a Europa vive tempos difíceis”.

Paulo Almeida Sande é um independente e, até ver, não se filiará na Aliança. Santana Lopes  aproveitou o momento também para falar do partido e do seus desafios: “Somos solicitados como se existíssemos há uma década ou mais e tivéssemos já instalada uma máquina irrepreensível em todo o território nacional”, desabafou, prometendo o arranque de uma plataforma digital em janeiro para responder às várias solicitações.

Paulo Almeida Sande, foi diretor do gabinete do Parlamento Europeu, tem livros publicados sobre o Euro ou os fundamentos da União Europeia, sendo sobretudo uma figura de perfil técnico. Contudo, a sua ligação a Belém está  a agitar as hostes no PSD. Entre os sociais-democratas há quem garanta ao i  a “estranheza” pelo facto de o candidato se manter em funções com consultor do Presidente da República.   Segundo o Expresso Marcelo Rebelo de Sousa ter-lhe-á dito que poderia manter-se no cargo caso falhasse a eleição. De facto, do ponto de vista legal, Paulo Sande só precisa suspender funções trinta dias antes das eleições de maio.

No caso do PSD, a escolha do cabeça de lista não está feita, mas a convicção entre os sociais-democratas, ouvidos pelo i, é a de que Paulo Rangel se mantém.

O CDS já está na estrada há meses, mantendo o seu cabeça de lista, Nuno Melo, por isso, as grandes incógnitas surgem à esquerda, designadamente, no PS. Uma das possibilidades admitidas no verão foi a Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros,  tal como o SOL avançou em julho. Contudo, a solução não deve passar por aí. Nesta fase só o primeiro-ministro, António Costa, terá a solução.  Assim, o futuro de Francisco Assis é uma incógnita. No PS há quem acredite que não repetirá o lugar de cabeça de lista pelos socialistas. Para o efeito, Assis enfrenta a pressão a  norte, tanto o líder da federação distrital do PS/Porto, Manuel Pizarro, como o autarca de Vila Nova de Gaia, Vítor Rodrigues,

O Bloco de Esquerda vai reconduzir a eurodeputada Marisa Matias e do lado do PCP também não são esperadas alterações substanciais.

Entretanto, a Comissão Nacional Eleições adjudicou um contrato para uma campanha de esclarecimento cívico sobre as Europeias de 26 de Maio: são 65 946 euros, atribuídos à BBZ.