Troca de insultos entre CDS-PP e PS levam a interrupção da comissão parlamentar da Defesa

Em causa estão documentos sobre o furto de Tancos

A comissão parlamentar de Defesa, esta quarta-feira, ficou marcada por uma acesa troca de insultos entre PS e CDS-PP, quando se discutia o que fazer com os documentos sobre o furto de Tancos enviados pela Procuradoria-Geral da República.

António Carlos Monteiro, do CDS-PP chamou Ascenso Simões, do PS, de “arruaceiro”. A resposta do socialista não tardou: “fascista, o senhor não é dono do parlamento".

Com os ânimos exaltados e depois de várias tentativas falhadas por parte dos outros deputados para acalmar a situação, alguns parlamentares começaram a deixar a sala. Os trabalhos foram interrompidos por alguns minutos e recomeçaram com os ânimos já mais calmos.

Tudo começou quando António Carlos Monteiro acusou o socialista de interromper o seu discurso constantemente.

"Eu nunca falei por cima de si. O senhor não é dono no parlamento", respondeu Ascenso Simões.

"Falou por cima de mim, falou, e enquanto o presidente não me retirar a palavra, o senhor não fala", insistiu o deputado centrista.

" Mas o CDS acha que é o dono do parlamento?", retorquiu Ascenso Simões.

A discussão continuou.

-"É o deputado Ascenso Simões com certeza. E já agora dos documentos [de Tancos]", relembrou.

“Não sou não", insistiu o socialista.

"Parece", respondeu António Carlos Monteiro.

"Não sou não", voltou a repetir Ascenso Simões.

"Parece", continuou António Carlos Monteiro.

Mas tudo piorou quando Ascenso Simões voltou a responder.

"E mais, o senhor é um fascista!", disse o deputado socialista.

"Fascista é quem não deixa falar os outros", respondeu o centrista.

Entre uma acesa troca de insultos, Ascenso Simões acusou mesmo António Carlos Monteiro de ser responsável por fugas de informação e desafiou o parlamentar centrista a levá-lo a tribunal para o provar. Já de pé, e pronto a sair da sala, atirou:  "sou demasiado decente para estar num parlamento consigo".

Depois da interrupção, foi retomada a reunião que visava decidir o que fazer aos documentos sobre o furto de Tancos enviados pela Procuradoria-Geral da República à comissão de Defesa, depois de um requerimento do CDS-PP.