Exportações sobem em outubro, mas importações também

Exportações portuguesas de bens aumentaram 5,9%, ainda assim, o défice da balança comercial agravou-se para 1593 milhões de euros.

As exportações portuguesas de bens aumentaram 5,9%, já as importações progrediram 5,3% em outubro face a igual período do ano passado. Este aumento representa uma evolução de 1% e 0,4%, respetivamente e pelo segundo mês consecutivo em as exportações aumentaram mais do que as importações, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE). 

No entanto, de acordo com o organismo, excluindo os combustíveis e lubrificantes, em termos homólogos, em outubro as exportações aumentaram 8,5% e as importações cresceram 7,6% (contra as subidas de 2,6% e 1,4%, respetivamente, em setembro de 2018). Aliás, foi nas exportações de combustíveis e lubrificantes que se verificou yma maior queda das exportações (-35,2%), “em resultado do decréscimo nos produtos transformados, em grande parte ainda justificado pela paragem programada das refinarias nacionais”.

Em sentido contrário, destacou-se o aumento das exportações de material de transporte (+17,7%) e de fornecimentos industriais (+9,1%). Nas importações, registaram-se aumentos nos fornecimentos industriais e nos bens de consumo (+10,9% e +11,0%, respetivamente). À semelhança das exportações, os combustíveis e lubrificantes registaram o maior decréscimo (-11,6%), nomeadamente nos produtos primários — óleos brutos de petróleo.

Ainda assim, o défice da balança comercial de bens agravou-se em 54 milhões de euros face ao mesmo mês de 2017, para 1593 milhões de euros. Mas excluindo os combustíveis e lubrificantes, a balança comercial atingiu um saldo negativo de 1100 milhões de euros, correspondente a um aumento do défice de 39 milhões de euros em relação a outubro do ano passado. 

O INE lembra ainda que o crescimento do comércio em outubro esteve o efeito de calendário, já que o décimo mês deste ano teve mais um dia útil do que o mês homólogo. Ao contrário do que aconteceu em setembro. 
Feitas as contas, no trimestre terminado em outubro, as exportações e as importações de bens aumentaram, respetivamente, 3,1% e 4,5% face ao mesmo período de 2017. Mas olhando para o valor acumulado desde janeiro, as exportações aumentaram 6,53% em comparação com o mesmo período de 2017.

Foi o comércio com os parceiros da União Europeia que mais puxou pelo aumento das transações comerciais de Portugal, com destaque das exportações para Espanha (+9,5%), Itália (+34,5%), Alemanha (+7,9%) e Reino Unido (+10,5%). Já para fora da União Europeia verificou-se um decréscimo tanto nas exportações como nas importações. 

Por países, Portugal vendeu menos para o Brasil (-54,7%) – aliás foi o país que mais caiu – para os EUA (-27%) e para Angola (-11,1%), tendo estes países sido onde se verificaram as maiores quebras. Sendo que o país que mais aumentou as compras de produtos de Portugal foi a Itália (34,5%).

Estes aumentos ocorrem, numa altura, em que Portugal enfrenta um braço de ferro no setor portuário, em que este é responsável por cerca de 30% das exportações, com especial enfoque para o Porto de Setúbal.