Cruz Vermelha Portuguesa defende que se devem “apurar responsabilidades”

CPV defende a importância de “tudo clarificar”

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) reagiu esta quarta-feira aos factos revelados por uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) às contas da instituição e defende que devem ser “apuradas responsabilidades”.

“Apesar dos factos relatados não serem da responsabilidade da atual direção, insiste-se na importância de tudo clarificar, apurar responsabilidades e intensificar todos os dispositivos de transparência de forma a assegurar a manutenção da confiança na Cruz Vermelha Portuguesa", refere uma nota do presidente da CVP, Francisco George.

O presidente da CVP informa que em 2016 decorreu uma auditoria da IGF, mas que nunca recebeu um relatório final da mesma. Por isso, nunca existiu contraditório.

"A ter existido (contraditório), como a lei determina, teria havido oportunidade de repor a verdade e apresentar explicações, como por exemplo o fantasioso depósito bancário citado ou a razão pela qual a comunicação à Plataforma da Presidência do Conselho de Ministros não foi realizada", conclui.

Segundo a Inspeção-geral das Finanças, a CVP usou artifícios financeiros para ocultar a verdadeira origem de rendimentos.

Na última terça-feira, a Polícia Judiciária realizou buscas no Ministério das Finanças, da Defesa e ainda na Cruz Vermelha, por suspeita de subornos a inspetores da Inspeção-Geral das Finanças em troca de informação.

A Procuradoria-geral da República (PGR) confirmou que o processo está a investigar suspeitas de "corrupção passiva, peculato e abuso de poder imputáveis, indiciariamente, a altos responsáveis de serviços centrais da Administração Pública do Estado".

Na sequência das buscas, o relatório refere que o processo investiga as contas relativas aos anos de 2013, 2014 e 2015.

Segundo a auditoria da IGF, a Cruz Vermelha Portuguesa atrasou-se recorrentemente na aprovação de contas e no envio obrigatório às entidades responsáveis. Esta violação das regras pode fazer com que a CVP perca a declaração de utilidade pública.