Turismo. Setor puxa pela economia e pelo emprego, diz BdP

Regulador aponta para um crescimento forte das exportações de turismo nos próximos anos, aliás considerado superior ao que é projetado para o total das exportações de bens e serviços e para o PIB.

O turismo tem um peso importante para a evolução da atividade económica, do emprego e para a manutenção da capacidade de financiamento da economia. A garantia é dada pelo Banco de Portugal no seu Boletim Económico. O regulador diz que o desempenho de Portugal tem sido superior ao do mundo e ao da Europa do Sul/Mediterrânea, sendo que o aumento da insegurança em destinos concorrentes poderá explicar parte deste dinamismo, mas também a “melhoria da perceção da qualidade do serviço oferecido” pelo país.

“Existe a evidência de alterações estruturais no setor que deverão continuar a sustentar um crescimento forte do horizonte de projeção” num horizonte até 2020, entre eles a diversificação da proveniência de turistas estrangeiros, a distribuição geográfica mais abrangente dos turistas no território nacional e os sinais de uma menor sazonalidade dos indicadores. Já do lado da oferta, o banco central destaca o “forte aumento da capacidade de alojamento turístico e da presença de companhias aéreas de baixo custo no mercado português”.

Apesar de reconhecer que existem desafios, o regulador lembra que em comparação internacional indica que existe margem “para um crescimento das exportações de turismo superior ao da atividade no horizonte de projeção, baseados nas vantagens comparativas da economia portuguesa neste setor”. Daí, no documento estar identificado a manutenção de um crescimento forte das exportações de turismo nos próximos anos, aliás considerado superior ao que é projetado para o total das exportações de bens e serviços e para o PIB, ainda assim, inferior ao registado em 2017. “As perspetivas para as exportações portuguesas de turismo estão ancoradas nas vantagens comparativas da economia portuguesa neste setor e na margem de crescimento existente. Estas perspetivas positivas estão, no entanto, sujeitas a incerteza e riscos”, refere.

Por um lado, refere que a atividade turística tem uma elevada sensibilidade ao ciclo económico global, pelo que uma deterioração das perspetivas de crescimento mundial terá certamente impacto neste setor. No entanto, alerta para riscos, nomeadamente a recuperação da atividade turística em destinos concorrentes, que competem essencialmente na vertente preço, o que no seu entender, poderá afetar negativamente as exportações portuguesas deste setor. Além disso, segundo o documento, há que contar com os riscos de hostilidade por parte dos habitantes locais, que poderão conduzir à deterioração da experiência turística e à degradação do património.