Funcionários públicos. Despesa subiu 1,9 mil milhões em quatro anos

Ministro das finanças disse ainda que o salário médio dos trabalhadores aumentou 20%.

 A despesa com pessoal na administração pública vai aumentar 1950 milhões de euros na legislatura. O número foi avançado pelo ministro das Finanças que garantiu ainda que foi possível conseguir a “mais significativa recuperação das condições laborais em mais de 15 anos”, revelou na Comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, onde esteve a ser ouvido esta quarta-feira.

“Os resultados são indesmentíveis: a despesa com pessoal das administrações públicas aumentará 1950 milhões de euros ao longo da legislatura. Nos 13 anos anteriores (desde 2002) esta despesa aumentou apenas 170 milhões de euros. São mais 11 vezes em apenas quatro anos do que nos 13 anos anteriores”, disse Mário Centeno.

De acordo com as contas do governante, o salário médio dos trabalhadores da administração pública aumentou, por sua vez, cerca de 20% em quatro anos. “Só cumprindo é que um governo tem credibilidade e traz confiança. Foi cumprindo que se conquistou a confiança no contexto nacional e o reconhecimento europeu e internacional”, disse.

Medidas de valorização

Para o ministro das Finanças tem havido uma aposta por parte do Executivo em valorizar a administração Pública e, dá como exemplo, as vários medidas que têm sido avançadas, como a reposição das 35 horas como período normal de trabalho para todos os trabalhadores, a anulação dos cortes nos salários, o final da requalificação, a reposição do pagamento das horas extraordinárias e das horas noturnas, o descongelamento de carreiras e o combate à precariedade.

“Há cerca de mais 12 mil (mais 1,8%) funcionários públicos, só no SNS há mais nove mil profissionais (mais 7% que em 2015)”, disse o governante, referindo também que a redução da precariedade na administração pública já permitiu a regularização de quase 13 mil contratos.

Já o descongelamento das progressões permitiu em 2018, segundo as contas de Centeno, que perto de 350 mil trabalhadores tenham registado valorizações salariais, acrescentou. “Em 2019, com o novo biénio de avaliações e com o reposicionamento dos 70 mil trabalhadores com salários abaixo dos 635 euros, este número pode subir para mais de 500 mil”, disse.

Aos deputados, o ministro lembrou ainda que a administração pública consome cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) em emprego, organização e produção de serviços e bens. “É necessário ter consciência desta expressão orçamental, não para afirmar que a administração pública custa muito, mas para melhor se compreender todo o vasto leque de investimentos que os serviços públicos representam e que têm necessariamente que ser compatibilizados com todas as necessidades que o Orçamento do Estado deve abordar”, referiu. Ainda assim, deixou uma garantia: “muito tem sido feito por este governo, muito haverá ainda a fazer”.