Greves. Comboios e prisões funcionam a meio gás no dia de Natal

Durante o dia de hoje, apenas 18% dos comboios estiveram a funcionar. Nas prisões, os serviços mínimos impediram a habitual visita a casa

Greve é uma das palavras que certamente vai ficar associada ao ano de 2018. E ao Natal também. Em plena época natalícia, as greves mantêm-se e os transportes e as prisões são os palcos principais da supressão de serviços.

Os comboios funcionaram a meio gás e, até às 18 horas desta terça-feira funcionaram apenas 18% dos comboios programados, cumprindo apenas os serviços mínimos. Estavam programados 517 comboios para o dia de Natal, mas apenas circularam 94. A paralisação teve início ao meio dia de segunda-feira e realizaram-se apenas 47% das viagens programadas, ou seja, circularam 589 comboios num total de 1.256 previstos. 

Convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante e pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária, a greve pretende dar voz à contestação do “incumprimento do acordado pelo governo, em setembro de 2017, referente ao recrutamento de 88 trabalhadores operacionais”. Ainda que a paralisação termine à meia noite, estão previstas algumas perturbações ao longo do dia de amnhã. 

Prisões

A greve dos guardas prisionais impediu a habitual saída de curta duração dos reclusos para visitarem as famílias e passarem a noite de Natal em casa. As paralisações nos estabelecimentos prisionais começaram no dia 5 de dezembro com o objetivo de exigir a renegociação do estatuto profissional com novas categorias e a atualização de salários e subsídios de turno. Nos estabelecimentos prisionais de Lisboa, Porto, Paços de Ferreira, Castelo Branco, Coimbra e Funchal, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional só termina a greve amanhã, mas no período de Ano Novo está agendada uma nova paralisação. 

Neste Natal, apenas sendo possível assegurar os serviços mínimos nas cadeias, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, admitiu na segunda-feira, em relação à saída dos reclusos para visitar as respetivas famílias, que esta era uma forma de “permitir que tivessem um dia diferente, que seguramente terão, mas não na medida que tiveram nos últimos anos”. 

Celso Manata, diretor dos serviços prisionais, garantiu ao i que durante o dia de hoje não houve problemas registados com os reclusos devido à paralisação dos guardas prisionais. 

O problema de sobrelotação que afeta 26 cadeias portuguesas traduz também a falta de guardas prisionais. No entanto, o número de reclusos voltou a baixar pelo terceiro ano consecutivo. Em 2018 registaram-se menos 400 presos do que no ano passado, sendo assim um total de 12.900 reclusos.