Greves. A luta continua em 2019

O calendário das greves para 2019 começa a compor-se. Os sindicatos não estão satisfeitos e as paralisações vão continuar.

Greves. A luta continua em 2019

Em matéria de greves, o novo ano não será muito diferente de 2018.  A tendência é para aumentar a agitação social e desde 2014 que o número de pré-avisos registados não era tão alto como nos últimos meses. Melhores condições de trabalho, progressão nas carreiras, reconhecimento de tempo perdido e salários mais altos foram e serão algumas das reivindicações dos vários setores profissionais.  

Enfermeiros
Nova «greve cirúrgica» a inaugurar o ano

 

O ano vai abrir com nova greve dos blocos operatórios. Os sindicatos dos enfermeiros já anunciaram a paralisação que vai envolver sete centros hospitalares e deverá durar cerca de um mês e meio – de 14 de janeiro a 28 de fevereiro. No entanto, se houver acordo com o Governo, os profissionais voltam à rotina. Mas, como uma greve não impede outra, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal já emitiu um pré-aviso para uma paralisação geral dos enfermeiros em todas as instituições públicas e em todos os serviços de 8 a 11 de janeiro.  Além da redução na idade da reforma, os enfermeiros exigem que seja contemplada na carreira a categoria de enfermeiro especialista.

Oficiais de justiça
Paralisação parcial dura dez meses

 

Falta de reconhecimento do Ministério da Justiça aos oficiais de Justiça, «sem qualquer tipo de remuneração ou de reconhecimento, nomeadamente para efeitos de regime de aposentação». São estas as razões da próxima greve dos oficiais de Justiça. O respetivo sindicato já emitiu o aviso prévio de paralisação parcial ao trabalho não remunerado a decorrer entre 4 de janeiro e 4 de outubro. Mas atenção, o Sindicato dos Funcionários Judiciais já agendou também uma greve nacional de uma semana para janeiro. «Costa, escuta, os oficiais de Justiça estão em luta», será novamente o mote para lutar pelo preenchimento de 1400 vagas em falta. 

Guardas prisionais
Sindicatos sobrepõem dias de greve

 

Os guardas prisionais prometem passar o próximo ano em protesto. «Durante o ano que vem, se nada mudar, vamos estar o ano todo em greve de zelo às diligências e às visitas», antecipou Jorge Alves, do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. O que pretendem? A revisão do estatuto profissional.

Professores
Fenprof ameaça com «calendário de greves»

 

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) já disse que, se o Governo continuar a recusar a devolução de todo o tempo de serviço, serão marcadas mais greves para 2019. O próximo ano, segundo o sindicato, será «o ano de luta dos professores». Até agora, pelo menos os primeiros quatro dias de 2019 já estão marcados para greve, o que tende a significar milhares de alunos sem aulas. Os protestos deverão prolongar-se até ao final do ano letivo, ou até o Ministério da Educação ceder às exigências dos docentes.   

Juízes
Em greve até outubro de 2019

 

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses decretou uma greve que começou no passado mês de novembro e será estendida até outubro do próximo ano. No total, serão 21 dias de luta intercalados, pelas condições remuneratórias dos juízes. O único mês livre de protestos é agosto, altura das férias judiciais. E as ações de luta não ficam pelas greves, já que os juízes pretendem rejeitar novas comissões de serviço e deixar de utilizar a própria viatura para deslocações de serviço.