Papa Francisco aprova nova resposta sobre histerectomia

O papa considerou que a remoção do útero é “moralmente licita” em alguns casos

O papa Francisco referiu que a histerectomia – remoção do útero – é “moralmente lícita” em casos específicos, especialmente quando este representa um “grave perigo atual para a vida ou a saúde da mãe” e quando há uma certeza médica de que a gravidez poderá levar a um aborto espontâneo.

Numa audiência concedida ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, o papa Francisco aprovou e ordenou a publicação de resposta a uma dúvida sobre a licitude da histerectomia em casos específicos. A nota foi divulgada esta quinta-feira e é datada de 10 de dezembro de 2018.

Em 1993, a Congregação para a Doutrina da Fé respondeu a questões sobre o tema. Agora, a nota divulgada esta quinta-feira considera que a publicação da década de 90 mantém validade ao considerar  “moralmente lícita a remoção do útero (histerectomia) quando o mesmo constitui um grave perigo atual para a vida ou a saúde da mãe” e ilícita “enquanto modalidade de esterilização direta a remoção do útero e a laqueação das trompas (isolamento uterino), quando feitas com o propósito de tornar impossível uma eventual gravidez que pode comportar algum risco para a mãe”.

O Vaticano exemplifica em casos em que não existe a possibilidade de procriação e quando os médicos têm a certeza de que uma possível gravidez poderá levara um aborto espontâneo.

Nestes casos, "remover um aparelho reprodutivo incapaz de realizar uma gravidez não pode ser qualificado como esterilização direta, que permanece intrinsecamente ilícita como um fim e como um meio".