Cristina Ferreira: “Não amei logo o meu filho”

Apresentadora deixou uma mensagem a todas as mães

Cristina Ferreira foi a mais recente convidada do programa da SIC Alta Definição. Durante a entrevista, a apresentadora falou sobre trabalho, família e amor.

A nova cara da estação de Carnaxide recordou o dia em que o filho Tiago nasceu, em junho de 2008: “Não o encaro como o dia mais feliz da minha vida. Isso nem sempre é fácil de perceber pelas pessoas. Não amei logo o meu filho quando o vi. Uma hora depois já tinha um amor imenso por ele. Duas horas depois já ninguém me o podia tirar. Três horas depois já era o amor da minha vida. Mas quando olhei para ele não tive esse sentimento. Gosto de partilhar isto porque há muitas mulheres que se sentem culpadas, que sentiram exatamente a mesma coisa, como o não gostar de estar grávida, por exemplo. Tens medo de dizer isso porque te vão dizer que és má mãe. Eu não gostei de estar grávida. Adorei ver as ecografias e de perceber que estava uma criança a crescer dentro de mim, mas não foi uma fase que eu tivesse adorado”.

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Cristina aproveitou para deixar uma mensagem a todas as mães: “Eu existo para além do meu filho e o meu filho existe para além de mim. Essa é uma mensagem que eu gosto de passar porque há pessoas que se focam muito na vida dos filhos e que se esquecem da vida deles. E um filho só é feliz se os pais tiverem uma vida e forem felizes. É isso que gostava que as pessoas não se esquecessem nunca. O teu filho nunca te vai agradecer os sacrifícios que tu faças por ele. O teu filho vai-te agradecer toda a felicidade que lhe passaste. Muitas vezes temos essa tentação de mentir aos nossos filhos no sentido de, vais sair de casa e ele pergunta: 'quando é que vens mãe' E tu sabes que vais voltar tarde e às vezes dizes que a mãe já volta. Nunca fiz isso! Sempre mostrei a felicidade ao meu filho. 'Vais a onde mãe?' Vou trabalhar! Porque quero que ele um dia sinta isso e acho que vai sentir”.

Tiago “não tem tudo aquilo que quer”, frisou a apresentadora: “Digo muitas vezes 'não' ao Tiago para ele saber o que as coisas custam. E o estar numa escola pública, não ter telefone … Quando lhe pergunto o que estiveram a fazer no intervalo e ele me diz que os colegas estavam todos a jogar ao telemóvel, pergunto: 'será que os pais pensam naquilo que fazem quando entregam um telemóvel nas mãos de uma criança de seis, sete anos, quando aquilo que os faz realmente crescer é a forma como interagem uns com os outros e não como interagem com uma máquina?'. Esta é a minha forma de pensar. Não lhe vou retirar coisas que ele pode ter porque a nossa vida é um bocadinho mais facilitada, mas ele tem que perceber de alguma forma porque esta não a realidade de todos”.