Luz. Mais de 5 milhões de clientes estão no mercado livre

Só em novembro, este mercado conquistou 8700 novos clientes. Mas as subidas têm ocorrido de mês para mês, numa altura em que o setor vive uma verdadeira “guerra” de preços 

O mercado liberalizado de eletricidade conquistou, em novembro, mais 9700 clientes face ao mês anterior. Este número corresponde a um acréscimo de 0,2% face a outubro, totalizando mais de cinco milhões de clientes e correspondente a cerca de 94% do consumo total em Portugal Continental. Os dados foram revelados pela ERSE e indicam que, desde novembro de 2017, que o mercado livre de eletricidade tem registado um acréscimo de 2,28% clientes, a uma taxa média mensal de 0,2%. 

“Praticamente a totalidade dos consumos de grandes consumidores está já no mercado livre”, pode ler-se no comunicado do regulador, mas no segmento doméstico a percentagem de clientes no mercado livre ronda os 85%.

O consumo anualizado, a média em 12 meses atribuída a clientes neste mercado foi de 43.019 GWh (gigawatts por hora), um aumento de 115 GWh face a outubro e de 3,0% face a novembro de 2017. 

A EDP Comercial continua a liderar o mercado liberalizado de eletricidade com cerca de 81% da quota de mercado em termos de clientes. Ainda assim, a ERSE diz que a empresa liderada por António Mexia tem vindo a registar uma perda de quota. Só no mês de novembro recuou 0,2 pontos percentuais, uma tendência que já vem a ocorrer desde o início do ano passado. Mas em termos de quota de consumo aumentou 0,1 pontos percentuais (42%).

No segundo lugar da tabela surge a Endesa (5,6%), segunindo-se a Galp (5,1%), a Iberdrola (4,7%), a Goldenergy (1,7%), a GasNatural Fenosa (0,6%) e a PH (0,2%), com outras empresas a deter os restantes 1%.
Em termos de consumo anualizado, o maior fornecedor é também a EDP Comercial, com 41,9%, seguindo-se Iberdrola (17,0%), Endesa (16,7%), Galp (7,7%), Fortia (3,2%), GasNatural Fenosa (2,6%), Acciona (1,8%) e outras empresas (9,1%).

Regulado cada vez com menos peso

No final de novembro, ainda permaneciam no mercado regulado e, como tal sujeitos, às tarifas transitórias cerca de 1,1 milhões de clientes. Em número de clientes, a comercialização de último recurso está esmagadoramente concentrada no segmento de clientes domésticos, representando os restantes segmentos cerca de 0,2% do número total de clientes.
“É esperado que este valor seja continuadamente mais próximo de um valor nulo, em termos absolutos, à medida que se tornem efetivas as consequências da extinção de tarifas reguladas para estes segmentos”, diz a ERSE.

Guerra de preços em 2019

Para este ano, a fatura da conta da luz vai descer para todos os clientes quer estejam no mercado regulado quer estejam no mercado liberalizado, mas é neste último que se assiste a uma verdadeira guerra nos preços. No mercado regulado, a ERSE apontou para uma redução de 3,5% nas tarifas de 2019– o que abrange cerca de um milhão de clientes – o que equivale a menos 1,58 euros numa fatura média mensal de 45,1 euros. Já para quem está no mercado liberalizado – ou seja, para a esmagadora maioria dos clientes, uma vez que abrange cinco milhões de casas – a redução irá variar entre 2,6% e 6,3%, consoante a empresa prestadora do serviço.

O que é certo é que estamos a assistir a uma verdadeira “guerra” de preços. A Endesa foi a que anunciou maiores descontos para o próximo ao acenar com uma redução de 6,3%, enquanto as atualizações de tarifários da Galp apontam para uma diminuição de 2,6%. Já a EDP Comercial vai reduzir as tarifas em 3,5%, enquanto a Goldenergy anunciou um desconto em 4% para 2019.