Greve dos estivadores penaliza exportações que derraparam 8,7%

Novembro já é considerado o pior mês das exportações ao registar uma  quebra de 24,9% no envio de automóveis. Importações subiram 11,5%. 

As exportações portuguesas de bens caíram 8,7% em novembro face a igual período do ano passado. Os dados foram revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que justifica esta quebra com a redução das exportações no setor automóvel devido à greve dos estivadores no Porto de Setúbal. Uma paralisação que arrancou a 5 de novembro e só chegou ao fim a 14 de dezembro após assinatura de acordo com os operadores portuários para a integração de 56 trabalhadores (mais 10 a 37 numa segunda fase) no Porto Setúbal e o levantamento de todas as formas de luta, incluindo a greve ao trabalho extraordinário.

Segundo o INE, as as exportações diminuíram 8,7% face à subida de 5,3% registada em outubro de 2018 “devido à diminuição verificada no comércio Intra-UE e no comércio Extra-UE, sendo de destacar o decréscimo das exportações de material de transporte, maioritariamente de automóveis para transporte de passageiros, em 29,4% (contributo de -5,7 pontos percentuais para a taxa de variação homóloga do total das exportações de bens), que estará associado à greve dos estivadores no porto de Setúbal”.

De acordo com as contas do organismo, novembro foi até agora o pior mês das exportações em 2018 e o segundo negativo (depois de em março se ter observado uma redução de 5,4%). 

Já as importações aumentaram 11,5% (5,4% em outubro), com as importações de material de transporte a registarem um acréscimo de 21,3% (com um contributo de 3,4 pontos percentuais para a taxa de variação homóloga do total das importações), em resultado fundamentalmente da aquisição de outro material de transporte (aviões), sinaliza o INE. Mas se tivermos em conta o  trimestre terminado em novembro, as exportações de bens diminuíram 1%, enquanto as importações de bens aumentaram 5,8% face ao mesmo período de 2017, acrescenta o INE.

O défice da balança comercial de bens totalizou 2,066 mil milhões de euros em novembro, mais 1,157 mil milhões de euros do que que no mês homólogo de 2017. No entanto, excluindo os combustíveis e lubrificantes, a balança comercial atingiu um saldo negativo de 1,521 mil milhões de euros, correspondente a um aumento do défice de 1,036 mil milhões de euros em relação a novembro de 2017.