PSD. Hugo Soares garante que “sairá pelo seu próprio pé” se Montenegro perder

Ex-líder parlamentar do PSD quebra silêncio e avisa Rui Rio que não precisa fazer dele “um Cristo da política”

Hugo Soares, um dos maiores apoiantes de Luís Montenegro, na defesa de eleições diretas no PSD, assegurou esta terça-feira, à TSF, que "sairá pelo seu próprio pé", caso o antigo líder parlamentar social-democrata perca o combate contra Rui Rio. Na base desta garantia está a crítica do atual presidente do PSD aos apoiantes de Montenegro que pretendem manter os lugares de deputados.

"Estou muito à vontade para dizer que o Dr. Rui Rio não tem que fazer de mim nenhum Cristo da política portuguesa. Sairei pelo meu próprio pé das listas, não sendo candidato novamente. Isso não me prende nada à questão essencial, que é a de um PSD mais forte, um PSD que traga uma nova esperança, para que os portugueses possam ver-nos como uma alternativa ao Governo", declarou Hugo Soares numa entrevista à TSF, lembrando a Rui Rio que a elaboração das listas para as legislativas e as europeias obedecem a regras. "As listas de candidatura às eleições europeias e às legislativas têm sempre uma intervenção das concelhias e das distritais", recordou Hugo Soares, insistindo que o PSD se "tornou irrelevante" e que Luís Montenegro "pode ganhar a António Costa".

Por fim, Hugo Soares considerou ainda "um total desrespeito" pelos deputados a escolha da hora para o Conselho Nacional. O órgão máximo entre congressos está marcado para esta quinta-feira, às 17 horas, sendo que vários deputados subscreveram um e-mail do parlamentar Ulisses Pereira a solicitar a intervenção do líder parlamentar, Fernando Negrão, para ser alterada a hora do encontro junto do presidente da mesa do Conselho Nacional do PSD, Paulo Mota Pinto. O caso promete fazer correr muita tinta, até porque Paulo Mota Pinto já fez saber, também na TSF, que a hora escolhida permite que todos possam falar, com o "menor número de restrições temporais possíveis".

O Conselho Nacional do PSD servirá para debater e votar uma moção de confiança à comissão política de Rui Rio, sendo certo que o líder do partido já afastou qualquer intenção de aceitar ou convocar eleições diretas internas. Agora, a decisão está do lado dos cerca de 130 conselheiros do partido.