Sindicatos anunciam greve para dia 15

Em causa estão os aumentos salariais para a função pública. Primeiro foi a Frente Comum, depois a Fesap.

A Frente Comum convocou greve geral para dia 15 de fevereiro “para dar resposta à falta de propostas do governo sobre os aumentos salariais na função pública”. A garantia foi dada por Ana Avoila, coordenadora da est Frente Comum, após um plenário que reuniu em Lisboa dirigentes e ativistas sindicais.

Em declarações aos jornalistas no final do plenário, Ana Avoila referiu que a "greve é sempre um último recurso" na luta dos trabalhadores e adiantou esperar "que o Governo tome nota disso".

"Pelo que temos visto nos locais de trabalho, em que o descontentamento é tão grande e a vontade de lutar por aumentos de salários ainda é maior, [acredito] que vamos ter uma grande greve, e que o Governo vai ter de fazer leituras", precisou a coordenadora da Frente Comum.

Depois foi a vez da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) anunciar que irá avançar para a greve, apontando também o dia 15 de fevereiro. No entanto, o sindicato ainda está a equacionar se a paralisação será apenas por um dia ou por mais tempo.

Na base do protesto desta federação de sindicatos, afeta à UGT, está a ausência de uma proposta do governo de aumentos salariais para todos os funcionários públicos e também a subida da remuneração base dos 580 euros para os 635,07 euros.

José Abraão acentua que esta estrutura sindical nada tem contra a passagem da primeira posição da Tabela Remuneratória Única para os 635,07 euros, mas acusa o ministro das Finanças de "confundir mudanças de posição remuneratória com aumentos salariais" o que tem provocado ainda "maior descontentamento entre os trabalhadores".

A estas questões, a Fesap soma outros motivos para a greve, nomeadamente o processo de revisão das carreiras, a não aplicação do acordo coletivo de trabalho nos hospitais EPE (que levou já a um pedido de reunião com a comissão paritária) ou ainda o problema dos assistentes técnicos que se encontram na primeira posição remuneratória da sua carreira e que arriscam ficar a receber um salário líquido inferior aos que vão avançar para os 635 euros