Manicómio expõe pela primeira vez as suas obras

Exposição começa amanhã

O Manicómio, um novo projeto social e cultural que tem como objetivo legitimar artistas portugueses com doenças mentais, vai lançar a sua primeira exposição no próximo dia 18, às 22h00, no Espaço Fidelidade Chiado8 Arte Contemporânea, no Largo do Chiado, em Lisboa.

Esta exposição, que tem o nome ‘Insubordinar’, faz parte da missão do Manicómio, que consiste na criação de “novas condições para que os artistas possam acelerar o processo criativo e a produção de Arte Bruta portuguesa, isto é, a criação desenvolvida por artistas com doenças mentais”, explica o comunicado.

Serão expostas peças que ilustram 20 anos de trabalho dos criadores do Manicómio, José Azevedo e Sandro Resende. Este último é diretor artístico do projeto e foi responsável por abrir as portas aos artistas do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, conhecido como Júlio de Matos. Serão expostas também obras de Francisco Gromicho, Pedro Ventura e Anabela Soares.

“Em breve, o Manicómio vai abrir em Lisboa o primeiro espaço de criação de Arte Bruta em Portugal, onde pretende conjugar a criação e a aproximação dos artistas residentes ao público num único espaço”, revela a nota enviada à imprensa.

Este “hub social” irá contar com o apoio do Turismo de Portugal, instituições de saúde, juntas de freguesias de Lisboa, e na Câmara Municipal de Lisboa, das vereações de Acção Social, Cultura, Inovação e Economia. “Esta vertente social do Manicómio facilita o caminho da inclusão, para que os artistas consigam crescer de forma comunitária e autónoma, com maior sentido de responsabilidade a cada projeto, e com a finalidade de ultrapassar dentro da população portuguesa todos os estigmas associados à doença mental”, refere o comunicado.

Segundo o relatório Health at a Glance 2018, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), um quinto da população portuguesa sofre de doenças mentais. O relatório, divulgado em novembro, mostra que Portugal é o quinto país da União Europeia com mais casos de doenças mentais, sendo a ansiedade e a depressão os problemas mais comuns.