Governo de Bolsonaro reune com oposição venezuelana

Também estiveram representados na reunião os Estados Unidos e os países do Grupo de Lima 

Vários opositores a Nicolas Maduro reuniram-se, esta quinta-feira, em Brasília, com o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Ernesto Araújo, tendo estado presentes representantes dos Estados Unidos e dos países membros do Grupo de Lima – composto de 14 países da América Latina, Caraíbas e o Canadá.

O ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil não revelou o motivo da reunião. Segundo a Cúpula Conservadora das Américas, liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, este encontro irá “traçar o melhor o caminho para a queda da narcoditadura e o restabelecimento da real democracia” na Venezuela. 

Nem a Assembleia Nacional venezuelana, que tem a oposição em maioria, nem os países representados ontem no Palácio do Itamaraty reconhecem como presidente venezuelano Nicolás Maduro.

O encontro poderá ser assim um marco na coordenação dos opositores externos e internos ao regime chavista, aumentando a pressão internacional que já se verifica desde a eleição de Maduro.

Entre os dirigentes da oposição venezuelana convocados está o ex-presidente da Câmara de Caracas Antonio Ledezma, tal como o ex-dirigente do partido Voluntad Popular Carlos Vecchio e o ex-presidente da Assembleia Nacional Julio Borges, acusado pelas autoridades venezuelanas de orquestrar uma tentativa de homicídio contra Maduro. 

Esteve presente também Roderick Navarro, líder do movimento Rumbo Libertad, considerado de extrema-direita pelo governo venezuelano. O movimento tem como referência Óscar Pérez, responsável por um ataque de helicóptero contra o Supremo Tribunal de Justiça venezuelano. Segundo o movimento, Pérez considerava que “a queda do regime não se conseguiria com diálogos e eleições.”

Navarro participou em dezembro na Cúpula Conservadora das Américas, que pretende aglutinar a direita do continente. Em comunicado, a organização considerou os representantes dos restantes partidos políticos como “falsa oposição venezuelana”, e que o Rumbo Libertad “será o único representante da real resistência neste encontro”.