Loures. Contratos de genro de Jerónimo na mira da oposição

PSD quer grupo de trabalho para fiscalizar todas as adjudicações. Bloco e PS exigem esclarecimentos.

PSD, PS e Bloco de Esquerda querem  explicações da câmara de Loures (CDU), liderada por Bernardino Soares, sobre os ajustes diretos feitos com Jorge Bernardino, genro do secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa. Em causa estarão seis contratos de ajuste direto, no valor de 150 mil euros, noticiados pela TVI. 

O PCP acusou a estação de Queluz de “anticomunismo” e “gratuita provocação” àquela força política, mas os partidos da oposição já vieram dizer que pretendem obter explicações. O último a pedi-las foi o PSD de Loures. Em comunicado, publicado no Facebook, os sociais-democratas vão mais longe na reação. “Consideramos que seria de interesse para o município de Loures, bem como para os eleitores de Loures, que se averiguasse se este caso pode ter associado algum ilícito criminal”, defendem no referido comunicado. Mais, o PSD acrescenta “que há muito que afirma ser, o recurso reiterado a adjudicações diretas, uma prática de gestão (embora legal), bastante questionável ao nível da transparência, da concorrência e da seria gestão municipal”. A avaliação do PSD não se cinge, apenas, à gestão da CDU:“Tal como, no passado (durante a gestão do município pelo PS) existiram nomeações de pessoal dirigente, avenças e adjudicações diretas pouco transparentes e de origem duvidosa a familiares do presidente da câmara de então”.

Assim, o PSD de Loures  quer a criação de um grupo de trabalho na Assembleia Municipal daquela autarquia para fiscalizar“todas as adjudicações diretas feitas, nos últimos anos, em todos os pelouros”.

O primeiro a reagir foi o Bloco de Esquerda de Loures, exigindo “amplos esclarecimentos sobre a matéria em apreço”.

Os socialistas vão pedir ainda todas as cópias dos contratos com Jorge Bernardino, mas também todos os ajustes direitos a outras entidades que faziam o mesmo serviço antes do visado na peça da TVI. O PS de Loures considera que “a mesma CDU que hoje diz  que é feio usar a família como arma de arremesso e de ataque  é a mesma CDU que no passado usou e abusou dessa arma para atacar o PS na gestão do município de Loures”.

Por seu turno, a câmara de Loures  classificou de “uma despudorada manipulação procurar comparar estes contratos a uma remuneração salarial”. Em causa estão contratos de mudança de instalação elétrica, troca de vidros e manutenção de publicidade institucional, celebrados desde 2015.  A TVI noticiou, por exemplo, que Jorge Bernardino receber 11 mil euros em outubro de 2018 por mudar oito lâmpadas e dois casquilhos. Facto que a autarquia negou.