Open da Austrália. Federer cai nos oitavos e faz de Tsitsipas o “homem mais feliz do mundo”

Num jogo de emoções fortes, que durou quase quatro horas, o jovem grego eliminou o ídolo de sempre, que assim vai sair esta segunda-feira do top-5 mundial

Foi um domingo de sonho para Stefanos Tsitsipas: o tenista grego, de apenas 20 anos, derrotou o lendário Roger Federer, seu ídolo de infância, nos oitavos-de-final do Open da Austrália – competição que o suíço havia vencido nos últimos dois anos. Uma longa batalha (quase quatro horas) em que o 15.o classificado do ranking mundial entrou a perder – 6-7 (11) -, mas que acabou por vencer com os parciais de 7-6 (3), 7-5 e 7-6 (5).

 

HE'S DONE IT!!!

It's the match of the tournament and 20-year-old @StefTsitsipas has knocked defending champion @rogerfederer out of the #AusOpen

'One of the biggest upsets in recent times' pic.twitter.com/VqOtNjS0uG

— Eurosport UK (@Eurosport_UK) 20 de janeiro de 2019

 

Federer desperdiçou várias ocasiões para conseguir outro resultado, desde logo com quatro set points a 5-4 no segundo parcial – não realizou, de resto, um único break em toda a partida. Com o desaire, vai cair do top-5 mundial na atualização de hoje, pois precisava de chegar pelo menos às meias-finais para manter o atual terceiro posto. “Lamento muito não ter conseguido jogar bem e tenho vários arrependimentos sobre este encontro. Podia ter feito muito melhor, mas perdi contra um adversário que foi melhor do que eu. Desperdicei muitos break points e houve coisas que não correram bem”, admitiu o suíço de 37 anos, que não falhava as meias-finais de quatro Majors seguidos desde 2003.

 

World No. 3 @RogerFederer has not reached SF at 4 straight Grand Slams — longest drought since 1st Grand Slam SF, final and title at 2003 Wimbledon.
2019 #AusOpen 4R (l. to Tsitsipas)
2018 @USOpen 4R (l. to Millman)
2018 @Wimbledon QF (l. to Anderson)
2018 @RolandGarros DNP

— ATP Media Info (@ATPMediaInfo) 20 de janeiro de 2019

 

Ainda assim, Federer garante estar ainda ao mais alto nível e revelou mesmo que irá competir em terra batida este ano, o que não acontece desde maio de 2016.

Tsitsipas, por seu lado, não conseguiu esconder a euforia no fim da que provavelmente foi a maior vitória da sua ainda curta carreira. “Sou o homem mais feliz do mundo neste momento. Nem consigo descrever o que sinto. O Roger é uma lenda do nosso desporto, tenho imenso respeito por ele. É o meu ídolo desde que tinha seis anos e foi um sonho realizado para mim só o facto de estar aqui neste court a defrontá-lo. Ganhar é indescritível. Este match point estará para sempre presente no resto da minha vida”, salientou, explicando depois como conseguiu o triunfo: “Vi milhares de jogos dele, tentei entender o padrão de jogo e o lado mental também, a forma como pensa em campo. Estes jogadores são o melhor exemplo se queres triunfar no ténis. Também vi algumas coisas de um jogador que o derrotou nos Grand Slams, não vou dizer o nome, mas venceu-o no US Open há uns anos.”

 

"I'm the happiest man on earth right now."@StefTsitsipas #AusOpen pic.twitter.com/yakpYsfQAX

— #AusOpen (@AustralianOpen) 20 de janeiro de 2019

 

Nos quartos-de-final, Tsitsipas (que já assegurou a presença no Estoril Open deste ano) irá defrontar o espanhol Roberto Bautista-Agut, 22.º do mundo, que começou por eliminar Andy Murray e agora afastou o croata Marin Cilic, sétimo. Bautista-Agut, de resto, considera também ele estar a viver “o melhor mês da carreira”, depois de ter vencido o Open de Auckland – batendo Novak Djokovic pelo caminho.

 

Sousa soma e segue em pares Em grande está também João Sousa. O português, que caiu antes dos oitavos em singulares, perante o japonês Kei Nishikori, assegurou a passagem aos quartos-de-final na variante de pares, batendo, juntamente com o argentino Leonardo Mayer, a dupla constituída pelo argentino Máximo González e o chileno Nicolas Jarry pelos parciais de 6-3 e 6-4, em uma hora e 20 minutos. Sousa e Mayer igualam assim o feito alcançado em 2015, quando chegaram aos quartos-de-final do US Open, com o português a garantir também um novo máximo no ranking de pares – pode chegar ao top-40, algo que irá conseguir na variante individual pela primeira vez em dois anos.

Pela frente, Sousa e Mayer terão agora o sul-africano Raven Klaasen e o neozelandês Michael Venus, com quem perderam nos oitavos de Wimbledon, em julho. A partida está marcada para esta terça-feira.