Número de despedimentos coletivos sobe pela primeira vez desde 2012

O agravamento deste número deve-se sobretudo às grandes empresas

O número de despedimentos coletivos aumentou 3,5% no último ano, algo que não acontecia desde 2012, o ano da crise económica e financeira em Portugal.

De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, publicados na semana passada, esta percentagem representa um aumento de 3.601 casos e cada processo concluído abrange, em média, mais de 11 trabalhadores.

O agravamento deste número deve-se sobretudo às grandes empresas, que triplicaram o número de pessoas despedidas entre 2017 e 2018.

Os dados revelam ainda que mais de metade dos casos, 2.435, ocorreram em Lisboa (67,63%), seguindo-se a zona Norte com 838 casos (23,37%), o Centro com 206 (5,72%), o Algarve (1,86%) com 67 e o Alentejo com 55 casos (1,53%).

O Eurofound, citado pelo site Dinheiro Vivo, fez um levantamento de alguns dos casos de reestruturações empresariais que foram noticiados em Portugal, dando como exemplo a Cofaco, os CTT, a Gramaz e a General Eletric.

Também no último ano a Altice anunciou uma reestruturação que poderia reduzir cerca de 268 pessoas, tal como o Novo Banco que anunciou um plano de diminuição que afetaria 400 postos de trabalho.

Há ainda empresas que avançam com planos para que alguns trabalhadores aceitem rescindir com a empresa e depois avancem para a reforma, como foi o caso do grupo de construção Elevo.

Também a corticeira Pietec ou a Efacec e a fábrica de painéis solares Moura Fábrica Solar estiveram envolvidas em casos de disputa laboral com os seus trabalhadores.