Militares declararam “lealdade absoluta” a Maduro

Venezuela vive uma crise presidencial

Militares declararam “lealdade absoluta” a Maduro

Os comandantes das Regiões Estratégicas de Defesa Integral (REDI) venezuelana declararam esta quinta-feira "lealdade absoluta" a Nicolás Maduro.

"Ratificamos o nosso irrestrito apego à Constituição e às leis da República Bolivariana da Venezuela (RBV). Condenamos categoricamente todo o tipo de ato ilegal, adverso à vontade do povo soberano e a qualquer ato que atente contra a estabilidade da nação e consequentemente da pátria, provocado pela estrema direita", afirmou o comandante da REDI de Los Llanos, numa declaração na televisão estatal.

"Fazendo honra às tradições da nossa instituição, somos garantes da estabilidade, independência, soberania e paz, em tal sentido reconhecemos e ratificamos lealdade absoluta ao Presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, comandante em chefe das FAB, Nicolás Maduro Moros, eleito pelo povo para o período 2019 – 2025", acrescentou.

{relacionados}

"Leais sempre, traidores nunca, (Hugo) Chávez vive, a pátria continua, independência e pátria socialista, viveremos e venceremos. O sol na Venezuela nasce no Esequibo", concluiu o comandante Victor Augusto Palácio Garcia, que estava acompanhado por outros militares.

Recorde-se que Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, sendo que a oposição no país e a maior parte da comunidade internacional não lhe reconheceu legitimidade na vitória eleitoral.

Esta quarta-feira, o recém-presidente da assembleia nacional, Juan Guaidó, autoproclamou-se presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Pouco depois, os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, já reconheceram Juan Guaidó como o novo chefe de Estado.

Já o México, a Bolívia, Cuba, a Rússia, a China e a Turquia mantêm-se ao lado de Maduro, reconhecendo-o como o legítimo presidente, democraticamente eleito.

A União Europeia, por seu lado, apela a uma ida dos venezuelanos às urnas. "Os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional", afirmou, quarta-feira, a Alta Representante da UE para a Política Externa.

Em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, sublinhou que o povo da Venezuela demonstrou já a sua respeito "à vontade inequívoca"  e considera que Nicolás Maduro tem de compreender que “o seu tempo acabou".