Dono do terreno e responsável pelo poço onde Julen caiu podem ser acusados de homicídio por negligência

Caso sejam acusados, os homens sujeitam-se ao cumprimento de uma pena de prisão que poderá ir de um até quatro anos

Dono do terreno e responsável pelo poço onde Julen caiu podem ser acusados de homicídio por negligência

O dono do terreno e o responsável pelo poço onde Julen, o menino dois anos, caiu numa propriedade em Totálan, em Málaga, podem vir a ser acusados de homicídio por negligência.

Segundo o jornal El Mundo, a Guardia Civil está a investigar as circunstâncias que levaram a que a criança, que acabou por ser encontrada sem vida 13 dias após a queda, se precipitasse sobre o poço ilegal e determinar o grau de responsabilidade que o proprietário do terreno e o responsável pelo poço têm no incidente.

Caso sejam acusados, os homens sujeitam-se ao cumprimento de uma pena de prisão que poderá ir de um até quatro anos.

Segundo o mesmo jornal, já foram recolhidos os depoimentos dos homens.

María Elena Sancho, juíza responsável pelo caso, tem na sua posse documento que levam a crer que o furo de prospeção de água, aberto a 18 de dezembro, e as obras realizadas nos dias que antecederam o acidente não tinham nenhum tipo de autorização legal.

“Será a juíza a decidir, mas nós achamos que o dono da propriedade sabia da existência da poço e encomendou as obras ilegais que obrigaram a mover a pedra que estava a selar o furo. Organizou uma reunião familiar com crianças pequenas sem medidas de segurança que pudessem evitar que alguém caísse. Não havia sequer sinalização. Este homem convocou a sua família para uma zona de obras ilegais, sem segurança, a poucos metros da vala onde estava o poço. Resta saber se estava consciente desta situação”, disse fonte ligada à investigação.

Os depoimentos do proprietário do terreno, David (sobrenome desconhecido), e do responsável pelo poço e obras, Antonio Sánchez, dão a entender que estes atiram responsabilidades um para o outro.

“O responsável pelo poço alegou que o dono da propriedade lhe tinha dito que tinha todas as autorizações para a obra, enquanto o proprietário do terreno alega que o responsável pelas obras disse que estaria tudo feito segundo as normas”, referiu um dos agentes responsáveis pela investigação.

Recorde-se que Julen caiu num poço, com mais de 100 metros de profundidade e 25 centímetros de diâmetro em Málaga, no dia 13 de janeiro. Depois de uma operação de resgate que demorou 13 dias, a criança viria a ser encontrada já sem vida no dia 24 de janeiro.

A autópsia realizada ao corpo aponta para um “traumatismo cranioencefálico grave” e tudo indica que Julen morreu após a queda.