DGS recomenda vacinação contra o sarampo

“Recorda-se que o sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, em pessoas não vacinadas”

DGS recomenda vacinação contra o sarampo

A Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou esta quinta-feira para o elevado número de casos e surtos de sarampo em alguns países da Europa e apelou para a importância da vacinação.

"Tendo em conta o elevado número de casos e surtos de sarampo em alguns países da Europa, o aumento da circulação das pessoas e a existência de baixas coberturas vacinais contra o sarampo em vários países da região europeia, verifica-se um elevado risco de importação de casos para Portugal”, refere a DGS através de uma nota publicada no sei site oficial.

A autoridade de saúde refere ainda que os surtos registados em Portugal, com origem em casos importados, foram rapidamente controlados graças à elevada cobertura vacinal.

“Estes surtos incluem uma elevada proporção de casos confirmados laboratorialmente em indivíduos vacinados. Esta situação é expectável em países com elevada cobertura vacinal e com um sistema de vigilância epidemiológica e laboratorial eficaz, situação que se verifica em Portugal. Em pessoas vacinadas a doença apresenta um quadro clínico mais ligeiro e com muito baixa probabilidade de contágio (conhecida como sarampo modificado). A forma clássica de sarampo surge em indivíduos não vacinados, caracteriza-se por um quadro clínico que pode ser grave, podendo ter complicações e levar à morte. A contagiosidade destes casos é muito elevada”, explica a DGS.

Os dados da DGS indicavam que no início deste mês tinham sido confirmados 37 casos de sarampo desde o dia 08 de novembro na região de Lisboa e Vale do Tejo e na Madeira. Estes casos eram provenientes de três surtos diferentes: em Cascais, com 24 casos confirmados e com origem num caso importado da Ucrânia, em Oeiras, com cinco casos confirmados e com origem num caso importado da República Checa, e na Madeira, com três casos confirmados.

Segundo a DGS “em 2018, 93% dos casos estiveram associados a surtos, cuja origem da infeção teve início em casos importados de outros países, nomeadamente Itália, França, Uganda/EUA, República Checa e Ucrânia. Neste período, foram ainda confirmados casos isolados, sem ligação epidemiológica conhecida aos referidos surtos e que estão a ser investigados”.

O mesmo comunicado refere ainda que um elevado número de casos ocorreu em profissionais de saúde.

“Um elevado número de casos ocorreu em profissionais de saúde que apesar de vacinados têm um elevado nível de exposição, isto é, prestação de cuidados durante longos períodos de tempo a casos de sarampo”, explica a nota.

Segundo a DGS as coberturas vacinais têm registado um aumento ao longo do tempo, "permitindo a Portugal manter a imunidade de grupo, apesar de ainda existirem algumas bolsas de suscetíveis"

“De realçar que a cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo, avaliada aos 2 anos de idade, foi de 98% e a cobertura vacinal para a 2ª dose desta vacina, nos menores de 18 anos de idade, variou entre 96% e 98%”, informa a DGS, destacando ainda que houve um "aumento significativo do número de adultos vacinados contra o sarampo". Estima-se que foram administradas, em campanha, mais de 42.000 doses de vacina contra o sarampo, a maior parte (80%) administradas em adultos.

“Recorda-se que o sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, em pessoas não vacinadas.A Direção-Geral da Saúde deixa o apelo para a importância da vacinação, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, constituindo a melhor forma de prevenir o sarampo”, alerta a autoridade de saúde.