Marcelo defende que portugueses “têm direito a um apuramento” do que se passou na CGD

“Isto é um princípio geral que me parece muito importante em democracia”

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta sexta-feira que os portugueses têm direito “a um apuramento daquilo que se passou” na Caixa Geral de Depósitos (CGD).

"Os portugueses têm direito a um apuramento daquilo que se passou, se implica ou não responsabilidades, e responsabilidades como, quando, de quem", disse o Presidente da República, à saída da apresentação de um livro no Palácio da Foz, em Lisboa, referindo ainda que não comenta “as comissões de inquérito no parlamento” e que a auditoria “não chegou ainda” às suas mãos”.

"Isto é um princípio geral que me parece muito importante em democracia. Neste caso, como noutros casos em que estejam envolvidos fundos públicos, faz todo o sentido que se apure o que se passou, como se passou e se há responsáveis, e se responsabilize quem deve ser", acrescentou.

"Eu diria que os portugueses – isso é uma posição perfeitamente compreensível – sempre que está em causa o uso de fundos públicos, têm o direito a saber como é feito esse uso, porque é dinheiro seu, é dinheiro dos contribuintes", defendeu Marcelo.

Questionado se concordava com uma nova comissão de inquérito parlamentar sobre o banco público, o chefe de Estado respondeu que não tem de se “pronunciar especificamente sobre isso” e que essa é  "uma decisão livre do parlamento".

"O que eu entendo é que, onde há fundos públicos, esses fundos públicos e o seu uso devem ser escrutinados, controlados, acompanhados. Fiscalizados com rigor. Porque se trata de dinheiro dos portugueses. É muito simples, é só isso", rematou.

Recorde-se que o relatório final da auditoria realizada à Caixa Geral de Depósitos foi divulgado esta sexta-feira. O documento revela volumosas perdas nos créditos de risco da GGD. 

Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos, entregou esta sexta-feira a versão final do relatório da auditoria que apresenta os resultados da análise da gestão do banco entre 2000 e 2015. O documento foi divulgado na página do Parlamento. Contudo, já não está acessível no site da Assembleia da República.