Pedro Marques. Estado devia ter participação nos CTT após privatização

Ministro do o Planeamento e das Infraestruturas diz ainda que obras no novo aeroporto em Montijo só avançam depois do estudo ambiental.

Para o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, o Estado devia ter continuado a ter uma participação nos CTT, mas que isso não foi contemplado quando o governo de Passos Coelho privatizou os Correios, em 2014.

Pedro Marques lembrou ainda que os CTT continuam a “ganhar dinheiro com o serviço postal", apesar da evolução negativa do setor postal, referiu aos deputados durante a comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas

O governante admitiu, no entanto, qua e empresa foi alvo de vários reajustamentos, mesmo antes da sua privatizou e justificou essas medidas com a complexidade da realidade da prestação do serviço postal universal. E deu números: em 15 anos assistiu-se a uma redução em 50% do correio em suporte físico, pelo que é preciso "não ignorar a evolução real da procura" e admitiu que "o modelo vai alterar-se ainda mais".

Pedro Marques recordou que foi criado há um ano um grupo de trabalho sobre a questão da prestação do serviço postal dos CTT, com várias entidades envolvidas, entre as quais a própria empresa e o regulador, que resultou no estabelecimento de um protocolo-quadro com as juntas de freguesia e o "reforço do papel da Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] no que respeita aos objetivos de densidade postal".

Além disso, apontou, "a Anacom não ficou parada no último ano, reforçou os patamares, acima da média europeia, dos indicadores de qualidade de serviço" e em janeiro avançou com a "alteração significativa daquilo que são os mecanismos de densidade de rede" e “ tomou medidas concretas" para a qualidade e densidade do serviço.

Mas Pedro Marques deixou uma garantia: “não mandamos nos CTT e nem no regulador".

Novo aeroporto só depois do estudo ambiental

Em relação ao aeroporto do Montijo, o ministro voltou a garantir que só irá avançar depois de ser conhecido o estudo de impacte ambiental. “Obviamente que as obras só avançarão com as competentes autorizações ambientais", disse aos deputados

 Quanto à construção de raiz de um aeroporto em Alcochete garante que poderia levar a uma perda de 114 milhões de passageiros, durante os anos de construção da infraestrutura.