Autoridades alemãs acusam Facebook de “uso abusivo” de dados

A agência alemã responsável por aplicar as leis da concorrência exige que o Facebook peça autorização antes de cruzar os dados recolhidos na própria apliacação e outras que são propriedade sua, como o WhatsApp e o Instagram 

As autoridades alemãs condenaram o Facebook por "uso abusivo" de dados, por forçar implicitamente os utilizadores a aceitar a recolha de dados noutras aplicações suas, como o WhatsApp e o Instagram, tal como outros sites, que tenham a possibilidade de fazer gostar e partilhar conteúdos. Gabinete Federal contra a Cartelização alemão exigiu que o Facebook, enquanto "empresa dominante" no mercado, "cumpra as regras e leis aplicáveis na Alemanha e na Europa". 

As autoridades tiveram em conta que os utilizadores do Facebook praticamente não terem outras opções de redes sociais, sendo que nesse caso "a escolha do utilizador não pode ser considerada consentimento voluntário". Acusam o Facebook de conseguir assim, de forma disfarçada, "uma quantidade quase ilimitada de todos os tipos de dados do utilizador, a partir de outros sites". Permitindo criar "perfis muitos detalhados" e "saber o que fazem online".

O Facebook rejeita a decisão e garante que irá recorrer no prazo de um mês. Caso a decisão se mantenha, a empresa será obrigada a pedir especificamente aos utilizadores que aceitem que os seus dados, recolhidos por outros serviços propriedade do Facebook ou sites terceiros, sejam cruzados e processados em conjunto. A decisão não afeta os dados recolhidos no Facebook em si, dado que as autoridades alemãs reconhecerem ser esse o modelo de negócio da empresa.

O Facebook defendeu-se das acusações da agência anti-cartelização alemã garantindo que não era a empresa dominante no mercado, considerando que a competição feita pelo YouTube, Snapchat, Twitter e outras empresas foi substimada. Afirmam que a decisão "cria regras diferentes que se aplicam apenas a uma empresa".