Enfermeiros. Governo mostrou “total incapacidade”, diz UGT

Carlos Silva, secretário-geral da UGT, pronunciou-se hoje quanto à situação dos enfermeiros

O secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) lamentou hoje a decisão do Governo de avançar para a requisição civil relativamente à greve dos enfermeiros. Na visão de Carlos Silva, a medida "só demonstra a incapacidade do executivo em gerir as expectativas" dos enfermeiros, defendeu à Lusa.

Note-se que na base da decisão do Governo está o incumprimento dos serviços mínimos definidos pelo Tribunal Arbitral em alguns hospitais, mas os sindicatos já reagiram prometendo não travar a luta. A requisição civil foi decretada em quatro hospitais: Centro Hospitalar e Universitário de S. João, no Centro Hospitalar e Universitário do Porto, no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e no Centro Hospitalar de Tondela-Viseu.

“A UGT lamenta que se tenha chegado a este ponto. O Governo tem uma cota parte de responsabilidade na situação. (…) A negociação é um compromisso que o Governo assumiu com os sindicatos da administração pública dos vários sectores e também com os enfermeiros para resolver o problema da carreira profissional, mas depois não conseguiu resolver a situação com serenidade”, afirmou ainda o responsável da UGT.

À mesma fonte, Carlos Silva confessou-se "triste" por a requisição civil ter sido "decretada por um Governo de esquerda", que para o responsável mostrou "total incapacidade" na resolução do problema.

“O facto de o Governo chegar a uma mesa negocial e vir dizer que não há dinheiro e que não pode ir além, não é negociação, é um arremedo de negociação. Portanto, os enfermeiros (…) decidiram prosseguir com a luta”, continuou.

“Agora vamos falar com a direção do sindicato [Sindepor, afeto à UGT] para ver se há alguma hipótese de não romper em definitivo qualquer processo negocial e ver em que é que podemos contribuir para serenar os ânimos, mas esta situação com a requisição civil não augura nada de bom”, concluiu Carlos Silva.