REN. CEO diz que não há vantagem em o Estado voltar a ser acionista

Rodrigo Costa diz que a elétrica continua a ter controlo estatal porque é supervisionada pela ERSE.

O presidente da REN garante que não vê “nenhuma vantagem” do Estado em voltar a ser acionista da elétrica. A garantia foi dada por Rodrigo Costa, CEO da empresa na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, numa altura, que tem sido avançado que o governo está a estudar a possibilidade de ter uma participação na REN. Ainda assim, garantiu que “não ter conhecimento” dessa intenção por parte do Executivo. 

Quando comecei a trabalhar na REN, há quatro anos, julgava que se calhar fazia sentido o Estado ter presença na base acionista da empresa, mas à medida que fui conhecendo percebi que é uma empresa muto especial, cujo trabalho é acompanhado muito de perto pelo Estado. [Hoje] não vejo nenhuma vantagem que o Estado voltasse a ser acionista”, disse aos deputados. 

Rodrigo Costa admitiu também que essa intervenção estatal não faz sentido, uma vez que, atualmente continua a existir um controlo, já que o trabalho da REN é supervisionado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

“Todos os nossos planos são consequência de um programa de políticas energéticas para o país. Qualquer projeto que queiramos fazer só pode ser feito depois de aprovados os planos”, afirmou. E foi mais longe: “O Estado tem controlo total sobre tudo aquilo que nós fazemos, quer a priori, quer a posteriori”. 

Recorde-se que, em 2012, o Estado português vendeu os 40% que detinha na REN aos chineses da State Grid (25%) e à petrolífera Oman Oil (15%). Mas no início deste mês, o “Expresso”, revelou que o governo estava a analisar a possibilidade de comprar a participação de um dos acionistas de referência da REN. Uma das hipóteses seria a posição da Oman Oil. Como a elétrica tem uma capitalização bolsista de 1,7 mil milhões de euros, estes 12% corresponderiam a um investimento na ordem dos 208 milhões de euros.

Para já, o único ministro que comentou esta hipótese foi Vieira da Silva, na mesma comissão “Se me perguntar, a esta distância, se considero que, estrategicamente, teria sido vantajosa a permanência de uma posição do Estado na REN, eu considero que sim. Se isso seria possível, não sei”, afirmou.