‘Os serviços mínimos deviam ser revistos’

A segunda greve cirúrgica vai a meio, mas os efeitos da paralisação podem ir além do cancelamento de cirurgias. Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, considera que “os serviços mínimos precisavam de ser revistos e alargados”.

‘Os serviços mínimos deviam ser revistos’

A greve cirúrgica está a afetar a relação entre médicos e enfermeiros?

As greves são um instrumento que as diferentes classes têm à disposição para lutar pelas suas reivindicações e aspirações. 

O adiamento de cirurgias prejudica em grande escala o funcionamento do SNS? 

Estas formas de protesto naturalmente que podem gerar alguns momentos de tensão, pelo impacto que os adiamentos podem ter nos doentes e suas famílias, que já esperam demasiado tempo para ver os seus problemas de saúde resolvidos num Serviço Nacional de Saúde cada vez mais enfraquecido e fragilizado. Ainda assim, não há hoje ninguém que trabalhe no SNS e que não seja diariamente confrontado com situações que geram insatisfação e que são motivos suficientes para existirem vários protestos. 

Os serviços mínimos deveriam ser alargados durante esta greve?

Concretamente sobre a greve cirúrgica, desde o primeiro momento que a Ordem dos Médicos alertou que os serviços mínimos precisavam de ser revistos e alargados no sentido de incluir os doentes com situações mais complexas prioritários e muito prioritários, uma vez que esta é uma greve prolongada no tempo. Deixámos também sempre claro que a priorização dos doentes tem de ser obrigatoriamente uma decisão médica.