Ex-ministro acusado de corrupção repatriado para Moçambique

Manuel Chang será extraditado da África do Sul de volta ao seu país, não para os Estados Unidos. É acusado pela justiça norte-americana de um esquema de corrupção, envolvendo empréstimos fraudulentos de 2 mil milhões de euros

O antigo ministro das finanças de Moçambique, Manuel Chang, será extraditado da África do Sul de volta ao seu país e não para os Estados Unidos. Chang é acusado pela justiça norte-americana de fazer parte de um esquema de corrupção, envolvendo empréstimos fraudulentos no valor de quase 2 mil milhões de euros, tendo sido detido em Joanesburgo, onde fazia escala entre Maputo e o Dubai. "Vamos enviá-lo para Moçambique e acreditamos que essa é a coisa mais fácil de fazer para todos", declarou Lindiwe Sisulo, a ministra sul-africana das Relações Internacionais e Cooperação, em declarações ao Daily Maverick. A transferência ocorrerá "logo que tudo estiver tratado com a Interpol". 

A ministra defendeu que as autoridades norte-americanas terão oportunidade de prosseguir com o caso, após Chang responder pelos crimes que é acusado pela justiça de Moçambique. Apesar da confiança de Sisulo, parece um cenário improvável, dado que a Constituição de Moçambique proibe expressamente a extradição de cidadãos. A decisão é vista como uma vitória para a Frelimo, partido pelo qual o ex-ministro é deputado, que enfrenta o escândalo de corrupção em ano eleitoral. Maputo terá colocado em cima da mesa toda a sua influência junto da África do Sul para conseguir este resultado. "Temos relações extremamente boas com Moçambique, como temos com todos os nossos vizinhos". referiu Sisulo à Deutche Welle.