Trump é “racista”, “burlão” e “uma fraude”

Michael Cohen apresentou ao Senado vários cheques que diz serem pagamentos à atriz Stormy Daniels

O ex-advogado e braço-direito de Donald Trump, Michael Cohen, submeteu esta quarta-feira ao Senado vários cheques assinados pelo presidente dos Estados Unidos e pelo seu filho Donald Trump Jr. que diz terem sido pagamentos para silenciar Stormy Daniels, atriz pornográfica cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford e que alegou ter tido um caso com Trump.

O cheque será um dos 11 pagamentos de 35 mil euros feitos quando Trump já exercia funções como presidente.

No seu testemunho perante o Comité de Inteligência do Senado, Cohen afirmou “estar envergonhado por ter escolhido desempenhar um papel em esconder as ações ilícitas de Trump”, dado saber que o seu antigo cliente é “racista”, “burlão” e “uma fraude”. O ex-advogado do presidente apresentou cópias de extratos financeiros de Trump, um documento com a letra deste que parece indicar lavagem de dinheiro – através do leilão de um retrato seu – e cartas enviadas por Cohen a colegas de faculdade de Trump a ameaçá-los para que não revelassem os resultados académicos do presidente.

Apesar das provas, a Casa Branca, tal como vários congressistas republicanos, desvalorizaram o testemunho de Cohen por ter sido condenado por mentir sob juramento mais do que uma vez. “O criminoso caído em desgraça Michael Cohen vai ser preso por mentir ao Congresso e fazer outros falsos depoimentos”, salientou a secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, acrescentando ser de “rir que alguém considere a palavra de um mentiroso condenado e é patético vê-lo a ter outra oportunidade de espalhar as suas mentiras”.

Vários congressistas democratas sublinharam que as mentiras de Cohen, em particular sobre a construção de uma Trump Tower em Moscovo, aconteceram enquanto trabalhava para Trump. “Ele mentiu ao Congresso em nome de Donald Trump”, disse a congressista democrata Jackie Speier em entrevista à CNN.

Confrontado com as dúvidas levantadas, Cohen limitou-se a dizer que as provas falariam por si, pedindo que “se deixasse o povo norte-americano decidir” quanto à veracidade do seu testemunho.