Relatório da ONU acusa Israel de assassinatos em massa

Um relatório das Nações Unidas propõe acusar as forças de segurança israelitas de crimes de guerra e contra a humanidade, por assassinar 189 palestinianos e ferir mais de 6 mil nos protestos na Faixa de Gaza, o ano passado

Um relatório das Nações Unidas propõe acusar as forças de segurança israelitas de crimes de guerra e contra a humanidade, por assassinar 189 palestinianos e ferir mais de 6 mil nos protestos na Faixa de Gaza, o ano passado. O relatório foi compilado por um painel independente e divulgado esta quinta-feira. Garante que "as forças de segurança israelitas mataram e mutilaram manifestantes palestinianos, que não colocovam um risco iminente de morte ou ferimentos graves a outros quando foram baleados, nem participavam ativamente nos confrontos". 

Apesar das imagens dos confrontos e assassinatos terem sido amplamente divulgadas por meios de comunicação de todo o mundo, Israel rejeitou o relatório da ONU, que qualificou de um "teatro absurdo". O ministro interino dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, declarou que o Conselho dos Direitos Humanos da ONU "produziu mais um relatório hostil e enviesado contra o Estado de Israel", reforçando que "ninguém pode negar a Israel o direito à auto-defesa e a obrigação de defender os seus cidadãos e fronteiras de ataques violentos".

O relatório da ONU cobre o período entre 30 de março e 31 de dezembro, tendo os investigadores analisado centenas de entrevistas com vítimas e testemunhas, tal como registos médicos, filmagens e fotografias, tal como imagens captadas por drones. Garantem ter informações confidenciais sobre os responsáveis pelos assassinatos, desde snipers a comandantes, que dizem ter tido como alvo preferencial os paramédicos que socorriam manifestantes feridos.

O principal investigador, o perito legal argentino Santiago Canton, salientou que os crimes verificados aparentam "constituir crimes de guerra e contra a humanidade", e pediu às autoridades israelitas que iniciem imediatamente investigações. O comissário para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet irá partilhar os resultados com o Tribunal Internacional de Haia, que está a processar as investigações preliminares a acusações de abusos dos direitos humanos por Israel em território palestiniano em 2015.