PSD afasta hipótese de coligação com Pedro Santana Lopes

Líder social-democrata responde a Sanata Lopes e diz que ‘não faz sentido algum pensar numa coligação pré-eleitoral’

Rui Rio rejeitou, esta semana, uma coligação pré-eleitoral com o CDS e a Aliança. «Não faz sentido algum Santana Lopes sair do PSD e depois querer fazer uma coligação com o partido. Para isso não saía», disse Rui Rio, em reação à entrevista de Pedro Santana Lopes ao SOL.

O presidente da Aliança desafiou o PSD e o CDS a abrir uma reflexão sobre a possibilidade de uma coligação nas eleições legislativas. Santana Lopes defende que uma coligação pré-eleitoral entre os partidos de centro-direita pode ser a única forma de vencer António Costa nas próximas eleições legislativas, que vão realizar-se no dia 6 de outubro. «Sem coligação pré-eleitoral é muito difícil vencer a frente de esquerda», afirma.

O CDS preferiu não responder ao desafio lançado por Santana, mas Assunção Cristas já deixou claro que «cada um vai por si». A líder centrista disse, em julho, numa entrevista à TSF, que «o CDS consegue captar mais votos sozinhos». Uma maior aproximação entre partidos de centro-direita tem, no entanto, alguns adeptos no interior do PSD e do CDS. O ex-deputado Filipe Lobo D’ Ávila considera que para «vencer António Costa vai ser preciso ter uma maioria absoluta de deputados e está comprovado que é mais fácil obtê-la se existir uma coligação pré-eleitoral». Miguel Morgado também já defendeu que é preciso «levar a cabo uma grande coligação pré-eleitoral que, uma vez bem sucedida, saiba o que fazer com o poder».

Capucho defende que teria vantagens 

O PSD e o CDS só fizeram duas coligações pré-eleitorais, primeiro com Sá Carneiro e depois com Passos Coelho, ao fim de quatro anos juntos no Governo. António Capucho, uma das figuras da Aliança Democrática (AD), considera, em declarações ao SOL, que «a grande vantagem é que reforça a possibilidade de ficar à frente» dos socialistas. «Um conjunto de partidos do centro-direita em termos eleitorais beneficia sempre do método de Hondt, ou seja, se tivessem o mesmo resultado separadamente teriam menos deputados». Capucho considera que a desvantagem é «a questão da identidade própria dos partidos».