PSP partilha carta de agradecimento de vítima de violência doméstica

“Formalizar a denúncia mais não foram que dois fins de tarde de angústia e de muita apreensão”

Numa altura em que a violência doméstica está no centro da discussão devido aos números preocupantes e depois de o Presidente da República promulgar na última sexta-feira o decreto do Governo que institui um dia de luto nacional pelas vítimas deste crime, a PSP de Almada utilizou, este sábado, as redes sociais para partilhar uma carta especial.

Ño Facebook, a PSP partilhou uma carta de agradecimento escrita por uma vítima de violência doméstica.

“Pelo presente meio faço questão de difundir o meu agradecimento, apreço e profundo reconhecimento pelo Agente Reinaldo Fernando da Silva Rebelo, pela forma altamente competente com que realizou o seu trabalho junto de mim, vítima de violência doméstica, na Divisão Policial de Almada”, começou por escrever a mulher, que se identifica como “A. Fernandes”.

“No dia 05 de dezembro de 2017, por força de circunstâncias que a tal me impuseram, dirigi-me à esquadra de Almada para efetuar uma denúncia. A medo, com vergonha, sem confiança ou qualquer tipo de crença fui recebida pelo agente supra que, graças às suas competências profissionais, foi capaz de me acolher e de me familiarizar, com o intuito de levar a cabo o seu trabalho. Formalizar a denúncia mais não foram que dois fins de tarde de angústia e de muita apreensão. Todavia, tive a sorte de receber o incentivo por parte do Agente Rebelo que me encorajou e levou a falar, fazendo-se destacar as suas qualidades de um bom ouvinte e de um bom condutor no discurso”, recordou.

A mulher destaca o contributo e o trabalho do agente daquela força de segurança e agradece por este lhe ter provado que “fazer queixa é o princípio do fim”.

“Obrigado, Agente Rebelo! Jamais esquecerei o seu precioso contributo e a forma humana com que revelou saber lidar com vítimas como eu. Desejo, com toda a franqueza, que seja sempre bem-sucedido em todas as esferas da sua vida e que, em termos profissionais, lhe seja sempre devido o respeito. Da minha parte, restará sempre um eterno agradecimento por ter atuado como atuou e ter me ter provado que, afinal, fazer queixa é o princípio do fim e de que ainda devemos e podemos acreditar nas forças policiais, ao serviço da população. Faço votos para que continue a acolher e a orientar qualquer vítima, repetindo com elas o excelente trabalho que fez comigo. Continue a honrar a sua farda e estatuto, pois deverão ser motivo de orgulho”, afirmou.

Recorde-se que já morreram 11 pessoas vítimas de violência doméstica, entre elas uma criança de dois anos, desde o início de 2019.