Incidente e gaffe marcam em Braga apresentação das Sete Fontes

Presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, afinal não apareceu

Um incidente e uma gaffe marcaram este sábado, em Braga, a apresentação do Ecoparque das Sete Fontes, primeiro com a troca de palavras de um técnico e do proprietário de parte dos terrenos e depois com o Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Braga a  anunciar no final que o presidente de edilidade, Ricardo Rio, esteve presente, quando na verdade o autarca nem sequer compareceu, ao contrário daquilo que tinha sido anunciado, levando depois a ser retificada a nota da imprensa camarária e já sem referir Ricardo Rio.

Depois da polémica em redor da Fábrica Confiança, na qual a Câmara Municipal de Braga deu o dito por não dito e queria vender a privados o que antes pretendia ser equipamento ao serviço dos munícipes, agora a questão do momento é uma pretensão em construir o Ecoparque das Sete Fontes, mas com a oposição dos proprietários por causa não só de ter sido reduzida a capacidade construtiva envolvente, como principalmente porque a cerca de uma dezena dos donos não aceita indemnizações dez vezes menores que a média paga há já uma década nos terrenos vizinhos pelo Hospital e Braga e pela Estradas de Portugal.

O debate decorreu no Museu D. Diogo de Sousa, presidido pelo vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, ainda com a presença do vice-presidente da Câmara de Braga, Firmino Marques, que anteriormente como presidente da Junta de Freguesia de São Victor, onde se localiza a Zona Protegida das Sete Fontes, foi dos que mais se bateu pela preservação.

Apesar da elevação patenteada sempre por Miguel Bandeira, que foi presidente da ASPA (Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural), com a sua sede em Braga, não conseguiu evitar um incidente no momento em que um técnico exterior à autarquia, mas a trabalhar para a edilidade, disse “não ter gostado nada de ouvir a palavra chantagem”, referindo-se a uma reunião anterior com proprietários dos terrenos.

Imediatamente, o empresário bracarense Ermelando Sequeira, que tem sido o rosto entre os donos descontentes com a condução deste processo, na Câmara Municipal de Braga, a responder a Jorge Carvalho, responsável da Estratégia Executória e Estudos Urbanísticos.

“Fazer filho em mãe alheia”

Mais tarde, quando lhe foi conferida a palavra, Ermelando Sequeira, o único proprietário a falar, afirmou que “os senhores estão a fazer aquilo que é, como se diz na gíria, fazer filho em mãe alheia”, explicando “estarem a esquecer-se que esses terrenos são nossos”.

Ermelando Sequeira preconizou “o diálogo e a criação de sinergias”, mas alertando “para situações de fundamentalismo como dar mais importância ao parque do que ao hospital”.

Segundo o mesmo empresário, “já passaram seis anos, o tempo passa, é muito tempo, nós enquanto grupo empresarial até nos vimos obrigados a pedir judicialmente para a Câmara Municipal de Braga nos expropriar os terrenos, o Município diz que não quer expropriar e ao mesmo que precisa desses mesmos terrenos para construir o Parque das Sete Fontes”.

Ermelando Sequeira disse para “por favor não andem tantos anos para resolver aquilo que já poderia estar resolvido há muito tempo, porque para mim o que os senhores querem é adiar o parque, que não querem fazer, apesar de ter sido compromisso eleitoral, pois se o quisessem, já o tinham feito, andavam das pernas para a frente e mostravam dinamismo”.