Rússia disponível para falar com os EUA sobre a crise venezuelana

A decisão foi comunicada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ao seu homólogo norte-americano, Mike Pompeo, numa breve conversa telefónica

A Rússia está disponível para encetar negociações bilaterais com os Estados Unidos sobre a crise política que se vive na Venezuela. A disponibilidade foi transmitida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ao seu homólogo norte-americano, Mike Pompeo, durante uma breve conversa telefónica. 

"Em ligação com a proposta de Washington em se ter consultas bilaterais sobre o tema da Venezuela, foi declarado que a Rússia está pronta para participar", lê-se no comunicado entretanto divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros Russo, acrescentando ser "vital serem guiadas pelos princípios da Carta das Nações Unidas uma vez que o povo venezuelano tem o direito de determinar o seu futuro". 

Há muito que Washington e Moscovo têm estado de costas voltadas sobre a questão da Venezuela: Moscovo apoia o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, enquanto Washington apoia o autoproclamado presidente, Juan Guaidó. No Conselho de Segurança das Nações Unidas, o choque entre duas as principais potências mundiais tem sido por deveras evidente ao longo do tempo, com cada uma a vetar as resoluções da outra. 

Na semana passada, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, acusou os Estados Unidos de terem apresentado uma resolução para "mudança de regime disfarçada de preocupação pelo povo" ao estipular o reconhecimento internacional de Guaidó e a realização de eleições o mais rapidamente possível, referindo os casos da Líbia, Iraque, Síria e Afeganistão para sustentar a sua argumentação.

Já os Estados Unidos vetaram, na mesma reunião, a resolução russa que pedia a abertura de diálogo entre o governo venezuelano e a oposição, acusando Moscovo de continuar a "proteger Maduro e os seus capangas e a prolongar o sofrimento do povo venezuelano".