Bruno Garcia matou a mulher porque achava que o seu lugar era em casa

Vítima mais recente em Portugal morreu ontem

Homem matou a mulher, com quem tinha estado 12 anos e com quem tinha dois filhos. Os casos de violência doméstica que acabam em morte parecem não ter fim.

No dia em que assinala o luto nacional pelas vítimas destes crimes, o Notícias ao Minuto ‘traz’ uma história que se passou em França, mas que podia ter sido cá – desde o início do ano já morreram 12 mulheres em Portugal, a vítima mais recente foi noticiada esta quarta-feira.

Uma amiga de Julie, uma mulher de 34 anos alvejada mortalmente pelo ex-companheiro no passado domingo, contou ao Notícias ao Minuto que a relação entre os dois há muito que era conturbada.

A companheira de Bruno Garcia, que apesar do nome aparentar ser português terá nacionalidade francesa, era "completamente apaixonada" por ele, apesar dos maus-tratos que começaram por ser psicológicos, mas que rapidamente escalaram para os físicos.

"As agressões viriam mais tarde", explicou a mesma fonte, acrescentando que Julie se queixava frequentemente que vivia numa "prisão dourada".

Para a amiga de Julie, Bruno Garcia acreditava que o lugar da mulher era em casa, a tratar do lar e das crianças – o casal tinha dois filhos, um de oito e outro de dez anos -, a discussão podia começar com algo tão simples como um copo fora do sítio.

"Ele não queria que ela trabalhasse. Ela só pôde arranjar trabalho quando saiu de casa. Ela dedicou os últimos 10 anos, desde o nascimento do filho mais velho, a eles os três. Toda a sua vida girava em torno deles", referiu ainda a amiga, citada pelo mesmo site.

Bruno Garcia terá expulsado a mulher de casa várias vezes, durante a relação de 12 anos do casal, a última ordem de saída ocorreu em setembro passado e Julie decidiu não voltar.

Os filhos ficaram com o pai, mas o casal estaria atualmente a negociar um acordo paternal, até que Bruno Garcia surpreendeu Julie com uma arma, perto da casa onde agora vivia.

O homem está agora detido, após ter-se entregado às autoridades, a quem confessou o homicídio.