Com António Costa no Governo de Portugal, as cativações só não suspendem o Carnaval (não é, Cristina Ferreira?)

1.Parece que foi o facto político mais badalado em Portugal (pelo menos) da última década: António Costa foi ao “Programa da Cristina” cozinhar uma cataplana de peixe. Na última década, Portugal já se confrontou com um Primeiro-Ministro que atentou contra o Estado de Direito Democrático e o pluralismo de imprensa, sem castigo; teve esse mesmo…

1.Parece que foi o facto político mais badalado em Portugal (pelo menos) da última década: António Costa foi ao “Programa da Cristina” cozinhar uma cataplana de peixe. Na última década, Portugal já se confrontou com um Primeiro-Ministro que atentou contra o Estado de Direito Democrático e o pluralismo de imprensa, sem castigo; teve esse mesmo Primeiro-Ministro a liderar o país rumo à bancarrota; graças a esse Primeiro-Ministro (grande amigo e mentor de António Costa), a troika veio para Portugal, exigindo, em troca, um duríssimo programa de austeridade; o povo português, com enorme sacrifício, venceu mais esta dura provação; o número dois de José Sócrates, António Costa, perdeu as eleições, mas, ainda assim, concretizou o seu sonho de menino de se tornar Primeiro-Ministro a todo o custo; a sociedade portuguesa está sem esperança e sem futuro, já há dados preocupantes a serem conhecidos –todavia, nada disto interessa.

O que interessa verdadeiramente é a cataplana de peixe de António Costa – desde capas de jornais, passando por notícias em registo sério e formal sobre os méritos do Primeiro-Ministro para a cozinha, artigos de “jornalistas” a exaltar as qualidades humanas e de diversão do Primeiro-Ministro! 

2.Se havia dúvidas sobre o estado de loucura colectiva que a geringonça instalou em Portugal , a cobertura jornalística da intervenção dissipou-as integralmente: Portugal comportou-se como um país quarto ou quinto-mundista. 
É claro que  em outras democracias avançadas – como os EUA ou o Reino Unido- os políticos também participam em talk-shows televisivos e outros formatos televisivos do género – no entanto, não vemos o “The New York Times” (mesmo na sua versão actual de “fake news media”) ou o “The Economist” a dedicarem extensas análises do prato cozinhado pelo político, muito menos dedicando-lhe honras de capa. 

De facto, o “Programa da Cristina” , de terça-feira passada, confirmou um grande talento: mas não de António Costa. 

Confessamos aqui que somos admiradores do talento natural de Fernanda Tadeu, a esposa do Primeiro-Ministro, para o show televisivo: a Cristina Ferreira deveria contratá-la em permanência, como colaboradora/animadora. 

Depois de brilhar no palco do Rock in Rio, saltando e cantando a minha casinha dos “Xutos e Pontapés”, Fernanda Tadeu brilhou ao lado de Cristina Ferreira. 

E mesmo em termos de lucidez política, António Costa deveria aprender com a sua esposa: afinal de contas, Fernanda Tadeu protestou contra a política de José Sócrates, saindo à rua a pedir a sua demissão. 

Ora, eis um capital político que o seu marido, António Costa, não tem – Fernanda Tadeu percebeu quem era José Sócrates, enquanto o seu marido continuou ao lado do ex-Primeiro-Ministro socialista, fanática e apaixonadamente. 

Mais uma prova irrefutável da natural superioridade das mulheres – se é verdade que por detrás de um grande homem, está sempre uma grande mulher, também o é que por detrás de um pequeno homem, costuma, ainda assim, estar uma grande mulher. 

Fernanda Tadeu – uma das protestantes contra José Sócrates, enquanto o seu marido gritava pelo nome do homem da bancarrota – prova-o à exaustão.

3.Dito isto, não podemos deixar de afirmar que se compreende o timing da visita de António a Cristina Ferreira – para a maioria dos portugueses, o Carnaval é a altura do ano para brincar (sem o risco de juízos críticos ou, pelo menos, com a atenuação da intensidade de tais juízos). 

Ora, para António Costa, é um dia particularmente insípido – para quem anda a brincar o ano inteiro com os portugueses, o Carnaval não apresenta qualquer novidade apelativa. Daí que a saída de Costa tenha sido ir ao programa da Cristina, entretendo-se com uma brincadeira diferente, mais ligeira e inconsequente. 
Claro está que António Costa se revelou desajustado, fora do seu ambiente normal: fingir que cozinha uma cataplana de peixe é um brincadeira excessivamente “soft” comparada com a sua brincadeira preferida e habitual de destruir Portugal e enganar os portugueses. 

Brincar connosco e hipotecar o futuro – eis as partidas em que António Costa se tornou especialista.

Infelizmente, para nós, já voltou ao seu habitat natural – apela-se, pois, à Cristina Ferreira que o retenha, na próxima vez, na sua casa para o manter entretido a cozinhar cataplanas….Não conseguimos vislumbrar acto mais patriótico do que este na triste realidade actual portuguesa. 

4.Segunda questão: questionava-se qual seria o disfarce de Carnaval de António Costa. Para quem brinca todos os dias com os portugueses, eis um dilema de dificílima resolução. 

O disfarce tradicional, por esta altura do ano, é o de palhaço para apimentar as palhaçadas…Ora, com António Costa, tal não resultaria – fazer palhaçadas, entreter-se com palhaçadas, é apenas mais um dia de trabalho para Costa e os seus correligionários socialistas. 

O Carnaval impõe algo diferente; palhaçadas apenas lembrariam o quotidiano laboral de Costa. 

5.E o disfarce de mágico? Também não daria – António Costa é o verdadeiro Houdini ou Luís de Matos da política portuguesa e europeia. 

Fazer magia, cativando verbas, manipulando números ou fazendo desaparecer a verdade, substituindo-a por mentiras, parciais ou totais – eis os truques que caracterizam o show de magia do ilusionista mor da República, António Costa. Disfarçar-se de mágico seria disfarçar-se de si próprio; a Cristina Ferreira não o deixaria entrar em sua casa como o Houdini do Largo do Rato. 

6.Restava, então, o quê? O disfarce de cozinheiro. Aqui, a Cristina Ferreira tolerou – apesar de contas, a única experiência que António Costa tem com a cozinha é a distribuição de tachos pelos boys socialistas e pelos seus amigos. 

No programa da Cristina, Costa foi além dos tachos e já incluiu peixe e o manuseamento de outros utensílios, para além dos tachos. 

A dúvida que se colocou, de seguida, foi qual o prato que António Costa iria cozinhar. A escolha recaiu sobre a cataplana de peixe. 

Claro que a tendência natural de Costa foi escolher o arroz de polvo – afinal de contas, o seu PS é  especialista na arte de cozinhar um verdadeiro polvo em várias estruturas administrativas e sociais que visam a perpetuação do esquerdismo na organização política da República. Portanto, o arroz de polvo – embora o polvo seja o prato mais apreciado entre os apoiantes fanáticos de Costa – era demasiado “business as usual” para António Costa. 

7.Por último, António Costa resolveu levar a sua família – não  admira: António Costa é um Primeiro-Ministro com uma propensão especial para constituir equipas de trabalho baseadas no critério das relações familiares (e parafamiliares). 
Assim, ver Costa com a sua família no “Programa da Cristina” assemelhou-se bastante a assistir a  uma reunião do Conselho de Ministros.  Pudemos, desta forma, conhecer o próximo Adjunto do Primeiro-Ministro (o filho), a  próxima Ministra da Juventude (a nora) e a futura Ministra da Igualdade e para a Liberdade Religiosa (a filha). 

Enfim, o Portugal geringonçado continua a ser um autêntico Carnaval permanente…Diz-se que, como é Carnaval, ninguém leva a mal; esperemos que as brincadeiras sucessivas de António Costa em prejuízo de Portugal, sejam levadas muito a mal. 

O povo português terá de tornar António Costa o cabeçudo do Carnaval que ele montou nas próximas eleições legislativas, em Outubro…

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