MotoGP. Miguel Oliveira à porta dos pontos na estreia: “pneu traseiro degradado”

Piloto da KTM Tech 3 terminou a sua primeira corrida de MotoGP em 17º lugar. “A sete voltas do final, o pneu de trás perdeu rendimento” e ficou “completamente degradado”, explicou o almadense, que lamentou não ter conseguido pontuar. Ainda assim, Oliveira sai confiante com o potencial da moto 

Está cumprida a primeira corrida de Miguel Oliveira em Moto GP. O piloto português terminou em 17.º lugar no GP do Qatar, a prova de abertura do Mundial da categoria rainha do motociclismo.

Antes de fazer a sua estreia, o almadense havia dito que o principal objetivo passava por terminar a corrida. Assim, pode dizer-se que o piloto da KTM Tech3 cumpriu a meta definida, embora haja vários outros pontos a enunciar nesta primeira corrida do atual vice-campeão de Moto2. 

Desde logo o facto de ter terminado a prova na 17.ª posição, que significa que Miguel Oliveira ficou à porta do lugar que já permite somar pontos – este último posto foi, aliás, ocupado pelo francês Johann Zarco, piloto oficial da KTM, que, com a 15.ª posição, garantiu o seu primeiro ponto neste Campeonato do Mundo.

É, também, importante comparar a prestação dos quatro rookies nesta primeira prova de fogo. A par de Miguel Oliveira, o italiano Francesco Bagnaia (Ducati), o francês Fabio Quartararo (Yamaha) e o espanhol Joan Mir (Suzuki) foram os pilotos que correram pela primeira vez na mais importante prova mundial do motociclismo.

Joan Mir em destaque Hervé Poncharal, o novo patrão de Miguel Oliveira continua, aliás, a defender que a verdadeira competição para o almadense na temporada de estreia está na base da comparação com os restantes estreantes. 
Hoje, neste campo não existiram, porém, quaisquer dúvidas: o espanhol da Suzuki apresentou-se como a grande supresa da prova disputada no circuito de Losail ao terminar as 22 voltas no 8.º lugar. Já Quartararo terminou uma posição à frente de Miguel Oliveira, 16.º na tabela, e, por isso, o francês ficou no primeiro lugar que já não permite conquistar pontos.

Por sua vez, Francesco Bagnaia, atual campeão mundial de Moto2, não terminou sequer a corrida, que abandonou na nona volta. Refira-se, que, a par do italiano, também o australiano Jack Miller, seu colega de equipa, não concluiu o percurso ao sair à 12.ª volta. Além dos dois pilotos da Ducati, só o britânico Bradley Smith (Aprilia) não terminou a primeira prova do Mundial de MotoGP.

No geral, o almadense que, recorde-se, saiu do 17.º lugar da grelha de partida terminou a prova a 16,377 segundos do vencedor, o italiano Andrea Dovizioso (Ducati).

No final, o jovem piloto português lamentou o estado do pneu traseiro da sua KTM RC 16, que o impediu, diz, de chegar aos grupo dos primeiros 15 e, desta forma, pontuar: “É pena que a sete/oito voltas do fim o meu pneu traseiro tenha perdido o rendimento e a partir daí não houve muito mais a fazer, pois o pneu estava completamente degradado”. 

“Não consegui terminar nos pontos. Senti que era um dia onde eu tinha muita capacidade, contudo não conseguimos fazer com que o pneu durasse a corrida inteira”, sublinhou o jovem de 24 anos, que, ainda assim, assegurou que ficar a 16 segundos do vencedor “não é nada negativo” e que a equipa “está toda contente”.

Apesar das contrariedades, Miguel Oliveira mostrou-se confiante quanto ao potencial da sua moto e garantiu que daqui para a frente o nível de competitividade vai certamente aumentar.

“Fiquei surpreendido com o desempenho da mota no início da corrida. Conseguiu manter-me dentro do grupo e defender-me”, referiu o piloto da Tech3 que não se poupou ao susto logo no arranque da prova, depois de ter visto o motor “parar” na grelha de partida.

Já depois das primeiras análises à sua estreia, Miguel Oliveira fez uso das redes sociais para lembrar que tinha finalmente cumprido o “sonho de menino”.

“O meu sonho tornou-se hoje realidade, fiz a minha primeira corrida de MotoGP. Lutei com o que tinha, estou certo que vamos ter muitas alegrias com a minha KTM”, escreveu na mensagem publicada na sua página oficial do Instagram.

Mundial regressa na Argentina A próxima etapa das 19 que integram o Mundial está agendada para o último fim de semana deste mês (entre 29 e 31 de março), na Argentina. Isto significa que daqui a 18 dias o almadense volta a entrar em ação, desta feita no Autódromo Termas de Río Hondo.

O piloto português já mostrou estar, de resto, focado nesta segunda prova: “Agora vamos trabalhar para fazer melhor no grande prémio da Argentina”.

De notar que, apesar das precauções por parte do almadense e da própria equipa austríaca, Miguel Oliveira não esconde a ambição de uma escalada rápida até ao topo. 

Chegar a campeão do mundo é uma meta que está no horizonte do almadense, que se estreou no Mundial de velocidade em 2011, tendo sido já duas vezes vice-campeão: em 2015, de Moto3, e em 2018, de Moto2. 
Soma até ao momento 34 pódios e quatro pole positions.