Índice da OCDE alerta para desaceleração da economia em Portugal

Índíce compósito que antecipa inflexões no ciclo económico não atingia um valor tão baixo em Portugal desde março de 203

Nos próximos seis a nove meses, a economia portuguesa vai desacelerar, assim como as principais economias do mundo. O aviso é da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). 

Segundo o indicador compósito que antecipa as inflexões no ciclo económico, Portugal não atingia um valor tão baixo desde março de 2013, 98,56. Menos 27 centésimas que em dezembro de 2018. Os 100 pontos indicam o limiar entre a aceleração e desaceleração das economias. 

À semelhança de Portugal, esta travagem irá manter-se na Zona Euro, com destaque para as economias alemãs e italiana, com quebras de 19 e nove centésimas, respetivamente. Os Estados Unidos viram o indicador cair 23 centésimas para os 99,05, enquanto que o Canadá caiu 15 centésimas para os 98,85 e o Reino Unido três centésimas para os 99,08 pontos. O mercado bolsista, a queda das vendas e as horas de trabalho do setor industrial ditam também a desaceleração no Japão. 

Em sentido contrário, a China caiu ligeiramente, apenas três centésimas, e o Brasil cujo indicador aumentou 27 centésimas e ultrapassou os 100 pontos – 102,58. Acima deste valor está também a Índia. 

Revisão do PIB

Na semana passada, a organização reviu a previsão de crescimento do PIB para a zona euro para 1%, uma queda de 0,8 pontos percentuais face à anterior estimativa, demonstrando assim estar mais pessimista do que as previsões que tinham sido avançadas anteriormente tanto pela Comissão Europeia, que aponta para um crescimento de 1,3%, quer pelo Fundo Monetário Internacional, que prevê 1,6%. 

Na atualização intercalar das suas previsões económicas (‘Interim Economic Outlook’), a OCDE antecipou um crescimento de 0,7% do PIB alemão e uma contração de 0,2% do PIB italiano este ano. Para a França, a instituição liderada por Ángel Gurría desceu em 0,3 pontos percentuais, a sua previsão de novembro, prevendo agora uma expansão de 1,3% em 2019. 

EUA e China não saíra ilesas. As previsões para 2019 da organização apontavam para um crescimento de 6,2% na China e 2,6% nos EUA, um abrandamento face às estimativas para o crescimento registado em 2018 de 6,6% e 2,9% respetivamente. 

Para a organização, é necessário apostar num pacote bem concebido de medidas orçamentais e estruturais, que se apoiem mutuamente, acompanhado de uma política monetária que mantenha as taxas de juros baixas por um período mais longo de tempo. A OCDE apelou à necessidade de levar a cabo reformas coordenadas para reforçar as perspetivas de crescimento na Europa. “As reformas estruturais adicionais são necessárias em todos os Estados-membros para melhorar a produtividade de médio prazo e os níveis de vida”, salientou.

“As restrições comerciais introduzidas no ano passado são um obstáculo ao crescimento, ao investimento e aos níveis de vida, sobretudo para as famílias com baixos rendimentos”, explicou ainda.