EDP investe 12 mil milhões até 2022 com aposta nas renováveis

Elétrica vai alienar ativos, onde espera arrecadar cerca de seis mil milhões

EDP investe 12 mil milhões até 2022 com aposta nas renováveis

A EDP vai investir 12 mil milhões de euros até 2022. Para isso, a empresa liderada por António Mexia prepara-se para vender ativos, onde espera encaixar seis mil milhões de euros. Parte dessa alienação vai ser feita na Península Ibérica, revela a elétrica na apresentação do plano estratégico 2019/2022 que está a decorrer em Londres, não adiantando, no entanto, pormenores em relação a essa mesma venda.

"Temos uma missão e devemos focar no que sabemos fazer melhor", revelou esta manhã aos investidores.

Essa aposta será sobretudo feita nos EUA e na Europa. Já no ano passado, a EDP desinvestiu no mercado nacional com a venda de centrais de biomassa e mini-hídricas. 

Ao mesmo tempo, a empresa promete remunerar os acionistas em dividendos de 3 mil milhões de euros. 

Esta revisão do plano ocorre no dia a seguir em que a empresa apresentou os resultados referentes a 2018, onde apresentou uma queda dos lucros de 53% para 519 milhões de euros. A operação em Portugal apresentou prejuízos de 18 milhões de euros com a empresa a justificar este resultado com o forte impacto da elevada fiscalidade e decisões regulatórias adversas.  

 De acordo com a EDP estes impactos avaliados em 672 milhões de euros, acabaram por condicionar fortemente também a atividade global da EDP.

Já no ano passado, o investimento aumentou 18%, ultrapassando os dois mil milhões de euros, focado essencialmente nas renováveis. O dividendo proposto é de 19 cêntimos por ação. 

Recorde-se que, a empresa está a ser alvo de uma Oferta Pública de Aquisição. A 11 de maio, a China Three Gorges anunciou a intenção de lançar uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por ação. O pedido foi registado junto do regulador, sem alterações ao preço oferecido inicialmente, avaliando a elétrica em 11,9 mil milhões de euros – um valor que também foi alvo de críticas por parte do fundo norte-americano ao considerar que o prémio de 4,8% “é inaceitável”.